Itaipu
Paraguai e Brasil cancelam acordo feito em maio sobre energia
Ata anulada foi divulgada na semana passada e termos geraram uma crise política que ameaça o governo de Mario Abdo, que sofria risco de impeachment
Por Agência Estado
01 de agosto de 2019, às 13h24 • Última atualização em 01 de agosto de 2019, às 20h19
Link da matéria: https://liberal.com.br/brasil-e-mundo/mundo/paraguai-e-brasil-cancelam-acordo-feito-em-maio-sobre-energia-1051947/
Numa demonstração de apoio político ao governo do presidente paraguaio, Mario Abdo, o governo brasileiro aceitou a decisão “unilateral e soberana” do país vizinho para anular a ata bilateral assinada em 24 de maio com o Brasil a respeito da contratação da potência da Usina de Itaipu Binacional.
A ata anulada foi divulgada na semana passada e seus termos geraram uma crise política que ameaça o governo de Marito, que sofria risco de impeachment. Uma reunião que estava programada para ocorrer em Brasília ainda esta semana foi antecipada para esta quinta-feira, 1º de agosto, e foi realizada em Assunção, com representantes dos ministérios das Relações Exteriores de ambos os países.
Segundo o documento que saiu da reunião, altas partes contratantes instruíram suas equipes técnicas a retomar as reuniões com o objetivo de definir o cronograma de potência a ser contratada pela Eletrobras e pela Ande no período de 2019 a 2022.
Ainda de acordo com o documento, os dois países concordam que a falta de acordo com o tema “afeta negativamente o faturamento dos serviços de eletricidade da entidade binacional e, ainda nesse sentindo, destacaram a importância de encontrar um solução para o problema no curto prazo”.
O documento, no entanto, deixa claro que o pedido do Paraguai para que a ata fosse denunciada pelos dois países não foi acatado, já que a ata menciona uma decisão unilateral do país vizinho.
Após a divulgação do resultado da reunião desta quinta, diversos deputados e senadores do Paraguai começaram a retirar apoio ao julgamento político de Marito.
Segundo informações da imprensa local, o presidente do Partido Colorado, o deputado Pedro Alliana, informou que o documento mostra que o dano da ata anterior foi corrigido e, portanto, decidiu retirar o apoio ao impeachment.