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Mundo

ONU liga morte de jornalista a príncipe Saudita

Por Agência Estado

20 de junho de 2019, às 07h00 • Última atualização em 20 de junho de 2019, às 09h27

Evidências apontam que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, e outros oficiais sauditas são responsáveis pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. A afirmação foi feita por Agnes Callamard, relatora especial da ONU em execuções extrajudiciais.

Ela aconselhou a comunidade internacional a adotar sanções contra o príncipe herdeiro e seus bens até que ele consiga provar que não tem nenhuma responsabilidade sobre o crime. O governo saudita não comentou as acusações, mesmo após receber o relatório de cem páginas. O reino do Oriente Médio, no entanto, nega qualquer envolvimento de seu príncipe no crime.

Em 2 de outubro de 2018, o jornalista saudita Jamal Khashoggi, crítico do príncipe herdeiro saudita e exilado nos Estados Unidos, desapareceu depois de entrar no consulado de seu país em Istambul, na Turquia. Ele foi à representação providenciar papéis para se casar com sua noiva turca, Hatice Cengiz, que o esperava do lado de fora. Khashoggi nunca mais foi visto.

Callamard viajou à Turquia no começo do ano acompanhada de uma equipe forense e de especialistas para coletar evidências com as autoridades turcas.
“Há evidências confiáveis que garantem investigações mais profundas sobre a responsabilidade individual de funcionários de alto escalão da Arábia Saudita. Isso inclui o príncipe herdeiro do país”, disse Callamard.

Seu corpo, esquartejado e retirado do prédio do consulado, nunca foi encontrado.

“A conclusão da relatora especial é que Khashoggi foi vítima de uma deliberada e premeditada execução. Foi um assassinato extrajudicial do qual o Estado da Arábia Saudita é responsável de acordo com as leis de direitos humanos internacionais”, afirmou Callamard em seu relatório, feito com base em seis meses de investigação.

Colunista do Washington Post, Khashoggi recebeu este mês um prêmio póstumo da Associação Mundial de Jornais (WAN-IFRA), em uma cerimônia em Glasgow, no Reino Unido.

Em abril, a Justiça da Turquia prendeu dois suspeitos de envolvimento com a morte do jornalista, crítico ao regime monárquico saudita. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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