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Mundo

Na ONU, Trump defende mandato com ataque à China e ode ao nacionalismo

Trump comparou os esforços para conter o vírus aos da 2ª Guerra Mundial e atacou também a Organização Mundial da Saúde

Por Agência Estado

22 de setembro de 2020, às 12h28 • Última atualização em 22 de setembro de 2020, às 14h22

“As Nações Unidas precisam responsabilizar a China por suas ações”, disse o americano - Foto: Official White House Photo by Joyce N. Boghosian

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou o discurso na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas para defender os pilares da política externa que adotou durante os quatro anos de mandato, com ataques à China e uma ode ao nacionalismo. Com o país prestes a registrar 200 mil mortos por Covid-19, Trump culpou a China pelo coronavírus e disse que a ONU precisa responsabilizar o país asiático pela pandemia.

“Nos primeiros dias do vírus, a China bloqueou as viagens domésticas, enquanto permitia que voos partissem da China e infectassem o mundo”, disse Trump. “As Nações Unidas precisam responsabilizar a China por suas ações”, disse o americano, que voltou a se referir ao coronavírus como “vírus da China”, uma terminologia que incomoda o governo chinês.

Pressionado por presidir o país com o maior número de casos e mortes por covid-19 no mundo e no curso de uma campanha à reeleição, os ataques à China têm sido a principal resposta de Trump sobre a pandemia. O americano também promete uma vacina contra covid-19 até o final do ano. Na ONU, Trump voltou a falar em “distribuir a vacina”, mas não se comprometeu com prazos. “Nós vamos distribuir a vacina. Nós vamos derrotar o vírus, vamos acabar com a pandemia, e vamos entrar em uma nova era de prosperidade, cooperação e paz sem precedentes”, disse.

Sem encontro presencial em Nova York para a Assembleia Geral deste ano, em razão da pandemia de coronavírus, o discurso do presidente americano foi gravado na Casa Branca. Trump comparou os esforços para conter o vírus aos da 2ª Guerra Mundial e atacou também a Organização Mundial da Saúde (OMS). “O governo chinês e a OMS — que é virtualmente controlada pela China — declararam falsamente que não havia evidência de transmissão entre humanos (de covid-19)”, disse Trump.

O presidente americano é mal avaliado pela população pela gestão da pandemia. Favorito para ganhar a eleição deste ano, Trump despencou nas pesquisas de intenção de voto quando o vírus atingiu em cheio o país e, desde então, tem ficado cerca de 8 pontos porcentuais atrás do democrata Joe Biden.

Na ONU, ele criticou a China também por sua política ambiental e acusou o país de ser um poluidor global. “Aqueles que atacam o histórico ambiental excepcional dos EUA, ignorando a poluição galopante da China, não estão interessados no meio ambiente. Eles só querem punir a América. E eu não vou tolerar isso”, disse Trump. O americano retirou os EUA do Acordo Climático de Paris ao assumir a Casa Branca e costuma ser cobrado sobre o tema em encontros multilaterais como a Assembleia Geral da ONU.

“Se a ONU quiser ser uma organização efetiva, precisa focar nos problemas reais do mundo”, disse o americano. Segundo ele, os “problemas reais” são “terrorismo, opressão de mulheres, trabalho forçado, tráfico de drogas e humano, perseguição religiosa e limpeza étnica de minorias religiosas”.

O americano fez um balanço de parte das ações que considera como vitoriosas nos últimos quatro anos, ao citar, por exemplo, a retirada dos EUA do acordo nuclear com o Irã e as assinaturas de dois acordos de restabelecimento de relações entre Israel, Emirados Árabes e Bahrein.

No palco global do multilateralismo, Trump voltou a defender o nacionalismo. “Por décadas, as mesmas vozes cansadas propuseram as mesmas soluções fracassas, perseguindo ambições globais às custas do seu próprio povo. Mas somente quando você cuida dos próprios cidadãos é que encontrará uma base verdadeira para a cooperação”, disse Trump, ao falar da plataforma conhecida como “America First” (América primeiro), que guiou sua política externa nos últimos quatro anos e é usada como mote de campanha eleitoral. “Vocês devem colocar seus países primeiro”, disse.

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