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Mundo

Julgamento do impeachment de Trump terá ‘guerra’ de argumentos

Por Agência Estado

12 de fevereiro de 2021, às 12h27 • Última atualização em 12 de fevereiro de 2021, às 14h22

O julgamento do impeachment do ex-presidente Donald Trump terá nesta sexta-feira, 12, a apresentação dos advogados de defesa do republicano. Após dois dias em que deputados do time de acusação basearam seus argumentos nas imagens violentas e emotivas da invasão do Congresso americano, os advogados de Trump estão preparados para fazer uma concessão fundamental: de que a violência no Capitólio foram totalmente traumáticas, inaceitáveis e ilegais, como os parlamentares democratas dizem. A defesa vai argumentar, porém, que Trump não teve nada a ver com a invasão.

A votação dos senadores para condenar ou absolver Trump pode ocorrer na sexta-feira ou no sábado, 13, a depender do tempo que a defesa levará para apresentar seus argumentos.

Para a estratégia dos advogados, aceitar os horrores do dia 6 de janeiro deve ter o efeito de suavizar o impacto da apresentação visceral dos democratas, e rapidamente mudar o foco da discussão para o que eles argumentam ser a questão central – e com mais chances de sucesso para a defesa – no julgamento: se Trump pode ou não ser responsabilizado por incentivar o tumulto que acabou em mortes.

A linha de raciocínio deve cativar senadores republicanos que querem passar a imagem de que rejeitam a invasão, sem condenar o ex-presidente ao mesmo tempo. “Eles não conectaram (a invasão) com Trump de forma alguma”, disse David Schoen, um dos advogados do ex-presidente, nesta quinta-feira, 11, próximo ao fim de dois dias de apresentação dos democratas.

Em petições e argumentos apresentados na semana passada, os advogados de Trump deixaram claro sua posição de que os responsáveis pelo levante são aqueles que de fato invadiram o prédio e agora respondem a processos do Departamento de Justiça.

Acusação

Antecipando o esforço que a defesa fará para dissociar a retórica de Trump da ação dos invasores, o time de acusação passou dois dias na tentativa de mostrar a conexão entre uma coisa e outra. Isso incluiu gravações inéditas e vídeos do ex-presidente por meses estimulando seus apoiadores a não aceitar o resultado das urnas.

Os democratas, que encerraram a acusação nesta quinta, usaram vídeos e palavras dos próprios manifestantes no dia 6 de janeiro para argumentar sobre a responsabilidade de Trump.

“Nós fomos convidados” disse um dos invasores do Capitólio. “Trump nos mandou”, disse outro. “Ele vai ficar feliz. Estamos lutando por Trump.”

Além de buscar a condenação no impeachment, os democratas também pedem que o ex-presidente seja impedido de ocupar cargos federais no futuro. Trump, diz a acusação, deu as condições para o ataque ao propagar alegações falsas de que haveria fraude na eleições, o que teria encorajado manifestantes a ir até Washington. Para os democratas, ele também inflou os descontentes com sua retórica sobre lutar e retomar o país.

“Esse ataque nunca teria ocorrido se não fosse por Donald Trump”, disse a deputada Madeleine Dean, uma das autoras do pedido de impeachment. A acusação também exibiu vídeos das câmeras de segurança em que os invasores procuram pelo vice-presidente Mike Pence e pela presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi.

Mesmo assim, a chance de Trump ser condenado é baixa, uma vez que seriam necessários votos de dois terços do Senado. Os republicanos ocupam metade das cadeiras na Casa, ou 67 dos 100 senadores. Na quinta, senadores que assistiam ao segundo dia de argumentos da acusação pareciam fatigados, com os braços cruzados e levantando das cadeiras para se alongar. Um senador republicano, Jim Inhofe, disse durante um intervalo: “Para mim, eles perdem credibilidade quanto mais falam”. Fonte: Associated Press.

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