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Covid-19

Irã rejeita ajuda dos EUA no combate ao coronavírus e cita teoria da conspiração

Por Agência Estado

22 de março de 2020, às 13h01 • Última atualização em 22 de março de 2020, às 13h59

O líder supremo do Irã recusou a assistência dos Estados Unidos neste domingo, 22, para combater o novo coronavírus, citando a teoria da conspiração infundada de que o vírus poderia ser ter sido produzido em laboratório americano. Os comentários do aiatolá Ali Khamenei foram feitos em meio a esmagadoras sanções impostas pelos EUA, que impedem o país de vender seu petróleo bruto e acessar o mercado internacional financeiro.

Mas enquanto as autoridades civis iranianas nos últimos dias têm cada vez mais criticado essas sanções, Khamenei, de 80 anos, optou por espalhar a mesma teoria da conspiração cada vez mais usada pelas autoridades chinesas sobre o novo vírus, para desviar a culpa da pandemia.

“Eu não sei o quão real é essa acusação, mas quando ela existe, quem em sã consciência confiaria nos EUA para trazer remédios?”, disse Khamenei. “Possivelmente esse medicamento é uma maneira de espalhar mais o vírus”.

Ele também alegou, sem oferecer qualquer evidência, de que o vírus seria “especificamente construído para o Irã, usando os dados genéticos dos iranianos que eles obtiveram por diferentes meios”. “Os EUA poderiam enviar pessoas, como médicos e terapeutas, talvez elas queiram vir aqui e ver o efeito do veneno que elas produziram pessoalmente”, disse.

Não há provas científicas em nenhum lugar do mundo que confirmem os comentários de Khamenei. As declarações do líder iraniano foram feitas após o porta-voz do governo chinês Lijian Zhao tuitar no início deste mês que “pode ter sido o Exército dos EUA que trouxe a epidemia para Wuhan. Sejam transparentes! Tornem públicos seus dados! Os EUA nos devem uma explicação!”

Da mesma forma, Lijian não ofereceu evidências para subsidiar sua alegação, o que fez com que o Departamento de Estado dos EUA convocasse o embaixador da China para reclamar.

Wuhan é a cidade chinesa onde foram detectados os primeiros casos da doença em dezembro. Nos últimos dias, o governo Trump tem se referido ao coronavírus como vírus “chinês” ou “de Wuhan”. Isso contraria a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de usar o termo covid-19.

Os cientistas ainda não determinaram exatamente como o novo coronavírus começou a infectar pessoas. Evidências sugerem que o vírus se originou em morcegos, que contaminaram outro animal que espalhou a doença para pessoas em um mercado de Wuhan. Um artigo na revista Nature Medicine descartou a possibilidade de criação humana do SARS-CoV-2. Fonte: Associated Press.

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