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Mundo

Iniciativa em Michigan tenta evitar redesenho de distritos

Por Agência Estado

02 de maio de 2021, às 16h07 • Última atualização em 02 de maio de 2021, às 17h32

O ano mais caótico para o Legislativo americano está prestes a começar. A divulgação do último Censo (2010-2020), na semana passada, prepara o palco para uma batalha que pode remodelar o poder político em Washington e em todos os Estados na próxima década, já que é a partir dele que será feito o novo mapa eleitoral do confuso sistema de votação americano.

O Censo afeta a quantidade de deputados de cada Estado, como Texas e Flórida, onde os republicanos controlam as Câmaras estaduais, e pode ser suficiente para derrubar a frágil maioria dos democratas na Câmara.

Os republicanos em ambos os Estados já se envolveram em práticas agressivas conhecidas como “gerrymandering”, um processo pelo qual os mapas são deliberadamente distorcidos para beneficiar um partido em detrimento do outro.

Na prática, o redesenho infla a representatividade de um partido ao manipular o mapa eleitoral. Um exemplo da distorção é Ohio. Em 2020, Donald Trump teve 53% dos votos. Joe Biden ficou com 45%. Os republicanos, no entanto, elegeram 12 dos 16 deputados do Estado – 75% das vagas.

Desta vez, no entanto, no Estado de Michigan, que segundo institutos especializados foi um dos que mais sofreram com o redesenho distrital ao longo dos anos, a história será diferente graças à iniciativa de uma jovem americana – Katie Fahey.

Após uma bem-sucedida campanha no Facebook, ela conseguiu arregimentar centenas de milhares de assinaturas para apresentar uma proposição e mudar o jeito de desenhar o mapa eleitoral do seu Estado: em vez de membros do Legislativo, pela primeira vez, o mapa será feito por uma comissão independente de 13 membros. Essa comissão é formada por quatro democratas, quatro republicanos e cinco independentes ou membros de um terceiro partido.

Katie não se identifica nem com os democratas, nem com os republicanos e se apresenta como independente. Para ela, o voto é na pessoa, não nos partidos que, na sua visão, estão muito distantes da vida real de seus eleitores. “Deveria ser o eleitor quem escolhe o político. Mas atualmente, o político escolhe o eleitor”, afirma Katie, de 30 anos, em entrevista ao Estadão.

Com graduação em Negócios Sustentáveis e Liderança Comunitária, quando não está viajando pelo país, Katie ajuda associações ligadas ao Michigan Recycling Coalition a desenvolver programas de sustentabilidade. Ao mesmo tempo, ela tenta reciclar uma prática nociva à democracia americana.

“Candidatos estão sendo reeleitos tentando nos dividir. Acho que tem muita gente que quer algo diferente, que está preocupada em saber se os políticos estão cuidando de nossas escolas, da água, das estradas ou se o país pode continuar a oferecer qualidade de vida. Essas pessoas não estão preocupadas com a polarização ou a demonização de quem acredita em algo diferente.”

Segundo a organização de combate à supressão ao voto nos EUA Change The Rules, por causa do gerrymandering, apenas 24 dos 435 (5%) distritos eleitorais que elegem deputados federais foram considerados competitivos na eleição de 2016. Em 411 distritos, segundo a organização, o resultado já estava predeterminado, por culpa do gerrymandering. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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