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Mundo

Fujimori é julgado por ‘esterilizações forçadas’ no Peru

Por Agência Estado

03 de março de 2021, às 08h41 • Última atualização em 03 de março de 2021, às 10h39

Um juiz peruano abriu nesta terça, 2, um julgamento contra o ex-ditador Alberto Fujimori e outras ex-autoridades. Eles são acusados de “esterilizações forçadas” de milhares de mulheres pobres, entre elas indígenas, entre 1996 e 2000. “Fujimori e outros cinco réus causaram muitos danos com sua política”, disse o promotor Pablo Espinoza, ao apresentar as acusações, em uma audiência virtual que contou com um tradutor para o idioma quíchua, pois muitas das vítimas não falam espanhol.

Estima-se que 270 mil peruanas pobres tenham sido submetidas a cirurgias de laqueadura como parte do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva e Planejamento Familiar, que Fujimori realizou em seus últimos quatro anos no poder. O ex-ditador, atualmente com 82 anos e cumprindo uma pena de 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos, governou o Peru entre 1990 e 2000.

O promotor afirmou ontem que os acusados “jogaram com a vida e a saúde reprodutiva das pessoas, sem se importar com os danos” causados. Entre os réus estão os ex-ministros da Saúde Alejandro Aguinaga (atual candidato ao Congresso), Eduardo Yong Motta e Marino Costa Bauer.

No processo, dirigido pelo juiz Rafael Martínez Vargas, Fujimori e seus colaboradores são acusados de ter “cometido danos à vida e à saúde”, além de “violações graves dos direitos humanos” contra mulheres esterilizadas cirurgicamente.

A maioria das vítimas era indígena, entre elas uma jovem de 19 anos que relatou que, quando foi vacinar seu bebê no consultório médico, em 1997, fizeram um procedimento para ligar suas trompas.

Além das eventuais condenações dos acusados, as vítimas poderão ser indenizadas pelo Estado, em razão de uma reforma do plano de reparações para as vítimas do conflito armado interno que o Peru viveu entre 1980 e 2000. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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