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Mundo

Fernández propõe medidas usadas por Kirchner contra crise de 2003 na Argentina

Por Agência Estado

10 de setembro de 2019, às 14h13 • Última atualização em 10 de setembro de 2019, às 14h35

O candidato kirchnerista à presidência da Argentina, Alberto Fernández, disse na segunda-feira, 9, em entrevista ao canal TN, que pretende tirar o país da crise econômica marcada pela inflação e escassez de reservas com medidas similares a adotadas por Néstor Kirchner, de quem foi chefe de gabinete entre 2003 e 2007.

O presidenciável argentino também adotou um tom conciliador e prometeu se aproximar de opositores da ex-presidente Cristina Kirchner.

Entre as medidas econômicas, Fernández prometeu manter o equilíbrio fiscal, ampliar as exportações para obter um superávit fiscal que favoreça a acumulação de reservas, um câmbio competitivo e combater a inflação.

Acordo para tirar Argentina da crise

“Eu converso com todo mundo”, disse ele. “Precisamos de um acordo entre todos os setores da economia para conter as perdas salariais sem um aumento da inflação.”

O candidato kirchnerista prometeu também se aproximar de setores da indústria e do agronegócio – tradicionalmente avessos a Cristina – e uma relação melhor com a imprensa, com quem sua companheira de chapa viveu às turras nos oito anos de mandato.

O objetivo dele, explicou, é fechar a “rachadura” – como os argentinos chamam a polarização política no país. “Eles não são meus inimigos”, disse. “São sócios da Argentina.”

Crítica a processo contra Cristina

Fernández também desmentiu rumores de que planeje uma reforma constitucional e criticou os processos aos quais Cristina responde na Justiça, que, segundo ele, não obedecem critérios imparciais. “Podemos defender pontos de vista de uma maneira civilizada e recuperar a possibilidade de diálogo”, disse.

Vantagem nas pesquisas

Fernández derrotaria o presidente argentino nas eleições de outubro por uma vantagem ainda maior do que a diferença esmagadora que ele obteve nas primárias de agosto, segundo três pesquisas divulgadas nesta segunda-feira, com números semelhantes.

Os dados publicados na segunda quebraram semanas de silêncio dos institutos de pesquisa, após as primárias, nas quais poucas sondagens acertaram a vitória arrasadora da chapa de centro-esquerda peronista sobre o governo – resultado que acelerou a crise de desconfiança de investidores.

Fernández, cuja colega de chapa é a ex-presidente Cristina Kirchner, deve obter 51,5% dos votos e Macri, 34,9%, segundo pesquisa da empresa Ricardo Rouvier & Asociados.

“O que vejo é uma consolidação do resultado das primárias”, disse o analista Julio Burdman, cuja consultoria Observatorio Electoral ainda está concluindo suas pesquisas de opinião.

Macri contra o tempo

A menos de dois meses da eleição, Macri tem a difícil missão de reverter o descontentamento com a crise econômica.

Alguns eleitores que em 2015 optaram pela mudança prometida por Cambiemos, em 2019 voltaram a apostar no peronismo. Se em 2015, Macri perdeu por uma diferença de pouco mais de 2 pontos porcentuais para o kirchnerista Daniel Scioli, ex-governador de Buenos Aires, desta vez a diferença foi bem maior.

Os resultados das últimas primárias indicam que 50,66% dos eleitores de província preferem Fernández, enquanto apenas 29,88% pretendem votar em Macri. Alberto Fernández é uma aposta da ex-presidente Cristina Kirchner.

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