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Mundo

China começa a testar 2 milhões em Pequim

Por Agência Estado

23 de janeiro de 2021, às 07h46 • Última atualização em 23 de janeiro de 2021, às 08h19

As autoridades de Pequim lançaram ontem uma campanha de testagem em massa após a detecção de novos casos de covid-19. Os dois distritos centrais de Dongcheng e Xicheng, onde se encontram a Praça Tiananmen e vários edifícios do governo, anunciaram o plano de testar todos os moradores e trabalhadores – algo em torno de 2 milhões de pessoas – em dois dias.

A reação rápida ao detectar novos casos tem dado resultado, pelo menos segundo os dados oficiais. Na quarta-feira, 20, a cidade voltou a colocar cerca de 1,7 milhão de habitantes do distrito de Daxing, ao sul da capital, em lockdown. “Os casos detectados em Daxing lançam o alerta de que a situação epidêmica é dura e complexa. Não podemos reduzir a prevenção dos casos importados e na retomada dos domésticos”, disse o porta-voz da prefeitura, Xu Hejian.

A situação é ainda mais complicada em cinco condomínios de apartamentos do distrito, onde os moradores foram impedidos de sair de casa. Os estudantes também deverão permanecer em suas casas.

Nesse residencial, conforme as autoridades, também foram detectados casos da variante britânica do vírus, considerada mais transmissível. Esse foi o motivo do isolamento extremo aplicado no local.

Também foram fechados locais públicos, incluindo prédios de escritórios, hotéis, restaurantes, fábricas e supermercados. Além de isolar o distrito, Pequim também estendeu para 28 dias o período de restrições para quem chega do exterior, sendo que 14 dias precisam ser cumpridos em isolamento nos centros do governo e 7 em isolamento domiciliar. Nos últimos sete dias, o governo pede que a pessoa não participe de qualquer tipo de reunião pública.

A tática de isolar distritos vem sendo aplicada em diversas regiões da capital e de outras cidades chinesas, como uma opção para não colocar cidades inteiras em lockdown. Recentemente, a mesma estratégia foi adotada no distrito de Shunyi, também em Pequim, e em três cidades da Província de Hebei (nordeste).

Na quinta-feira, 21, as autoridades de Xangai (sudeste) esvaziaram um bairro residencial da cidade após a confirmação de ao menos três novos casos.

As autoridades locais, que não informaram quantas pessoas da área estavam sendo transferidas, aumentaram o número de testes na área. Duas das pessoas infectadas trabalham em hospitais e são vizinhas, informaram autoridades de saúde locais em uma entrevista coletiva. O terceiro caso foi detectado em um dos seus contatos.

Uma grande preocupação das autoridades é que os chineses celebram seu ano-novo no dia 12, um feriado em que há a maior migração temporária em massa do país na semana que antecede o evento. O governo tem pedido aos cidadãos que evitem deslocamentos neste ano.

A China enfrenta uma alta de casos desde o mês passado, em níveis que lembram o início da pandemia, há um ano. Em Pequim, foram 15 novos contágios no período e no país já há mais de 1 mil casos desde o início do mês.

A mídia chinesa cobre em detalhes as dificuldades dos países ocidentais diante da pandemia, que contrasta com o retorno à normalidade na China. Eles veem nesta situação a prova inequívoca da superioridade do modelo autoritário chinês.

A China registrou 4.803 mortes e 98.786 mil casos de covid-19, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, dos EUA.

Renúncia

Em Wuhan, cidade onde o primeiro caso de covid-19 foi registrado no mundo, o prefeito Zhou Xianwang renunciou ao cargo, após críticas sobre falta de transparência e lentidão na divulgação de informações da covid-19, publicou ontem a imprensa local. A cidade hoje destoa do restante da China e do mundo e vive quase uma normalidade.

A renúncia ocorreu na véspera do primeiro aniversário do lockdown imposto aos 11 milhões de cidadãos para conter a propagação do vírus no início do surto, em 23 de janeiro de 2020. Na época, a Província de Hubei (centro), da qual Wuhan é a capital, também foi colocada em bloqueio total.

Na semana passada, um relatório provisório de um grupo independente nomeado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou a resposta inicial da China ao vírus, dizendo que “as medidas de saúde pública poderiam ter sido aplicadas com mais força”, embora a China tenha efetivamente controlado o vírus meses depois. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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