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EUA

Câmara aprova impeachment de Donald Trump

Para que presidente dos Estados Unidos perca o mandato é preciso que 67 dos 100 senadores votem favoravelmente, o que não deve acontecer

Por Agência Estado

18 de dezembro de 2019, às 22h47 • Última atualização em 19 de dezembro de 2019, às 08h05

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A destituição do republicano foi apoiada por 230 deputados – eram necessários 216 votos. Outros 197 parlamentares se posicionaram contra o impeachment. Trump permanece no cargo até que o processo seja apreciado pelo Senado.

Com a aprovação do impeachment pela Câmara, Trump se tornou o terceiro presidente da história americana a ser impugnado pela Casa. Antes dele, Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1999, acabaram absolvidos pelo Senado. Espera-se que o mesmo aconteça com Trump, já que os republicanos são maioria na Casa.

Foto: Evan Vucci / Associated Press / EC
Trump participou de comício em Michigan e criticou deputados

O Senado tem 100 congressistas, dos quais 53 são republicanos, 45, democratas e dois, independentes. Para que Trump perca o mandato, é preciso que um terço dos senadores – 67 – vote a favor do impeachment.

Os deputados votaram pela impugnação com base em dois artigos: abuso de poder e obstrução da investigação no Congresso.

O relatório final sobre o impeachment de Trump diz que o presidente “traiu o cargo” ao pressionar a Ucrânia para investigar adversários políticos em benefício próprio e que os supostos crimes praticados pelo presidente “colocam o país em risco”.

No discurso que abriu a votação, o presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, disse que Trump “sacrificou a segurança nacional em um esforço para trapacear nas próximas eleições”, o que justificaria a impugnação.

Segundo a deputada democrata Carolyn Maloney, de Nova York, as acusações contra Trump “são piores daquelas contra Nixon”, presidente que chegou a ser acusado, mas renunciou antes que o processo fosse votado pela Câmara, em 1974.

O deputado republicano Barry Loudermilk, da Georgia, chocou diversos colegas ao comparar o inquérito do impeachment ao julgamento de Jesus, dizendo que Cristo teve mais direitos antes de sua crucificação do que Trump.

Crítica

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou uma postura desafiadora após ter seu impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira. Durante um comício em que discursou a apoiadores por pouco mais de duas horas no interior do Estado de Michigan, Trump afirmou que o Partido Democrata adotou uma “marcha suicida” ao articular sua deposição.

“Os deputados democratas da louca Nancy Pelosi (presidente da Câmara) se marcaram eternamente com a vergonha”, disse Trump na cidade de Battle Creek, minutos após ter se tornado o terceiro presidente americano a ter o impeachment aprovado pela Câmara. “É uma desgraça.”

Enquanto o impeachment era discutido em Washington, Trump se apresentava em meio a um cenário natalino, com árvores de Natal e uma lareira cenográfica dispostas no palco.

Os democratas foram alvo de críticas durante vários momentos do discurso: Trump disse que o processo de impeachment que os rivais conduziram foi ilegal e que o partido demonstrou “profundo ódio e desprezo” pelos eleitores.

“Após três anos de sinistras caças às bruxas, embustes, golpes, hoje à noite os deputados democratas estão tentando tornar nulos os votos de dezenas de milhões de americanos patriotas”, afirmou o presidente. Os democratas, segundo Trump, estão “interferindo nas eleições” e “subvertendo a democracia americana”.

“Nem parece que estamos sofrendo impeachment”, disse Trump, logo após subir ao palco. “Não sei de vocês, mas eu estou vivendo um bom momento. É uma loucura.”

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