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Mundo

Biden cria força-tarefa para tentar unir famílias de imigrantes separadas

Por Agência Estado

03 de fevereiro de 2021, às 07h29 • Última atualização em 03 de fevereiro de 2021, às 08h56

O governo americano promete encontrar as famílias de centenas de crianças que foram separadas de seus parentes ao chegarem aos Estados Unidos pela fronteira com o México. Ontem, o presidente Joe Biden assinou ordens executivas que mudam a política de imigração imposta por seu antecessor, Donald Trump. Entre as medidas, está a criação de uma força-tarefa para unir pais e filhos separados por agentes de imigração.

A separação de famílias em larga escala se tornou um escândalo no início do governo Trump, com a política de “tolerância zero” à imigração ilegal. A força-tarefa de Biden tem a missão de encontrar a família de cerca de 600 crianças que continuam separadas de seus pais ou parentes. “Cada geração de imigrantes tornou nossa nação mais forte. Nossa diversidade é uma das nossas maiores fortalezas”, disse Biden. Pelo menos 5,5 mil famílias foram separadas pelo serviço de imigração – em 2018, a Justiça proibiu o procedimento.

Os pais das crianças muitas vezes não falam inglês e não têm acesso aos canais formais de interlocução com os EUA por terem sido deportados a seus países de origem ou permanecerem em situação irregular no território americano.

A maioria das famílias separadas migra do México ou de países da América Central. A tentativa de encontrar os parentes das crianças era feita por associações que cuidam de imigrantes. Agora, esse trabalho será feito pelo governo. Associações pediam que o governo concedesse uma permissão de permanência nos EUA às famílias, mas o governo Biden afirmou que analisará a concessão de uma autorização ou visto caso a caso.

A força-tarefa será liderada pelo secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas. Ele foi confirmado nesta terça, 2, pelo Senado para assumir o posto e será o primeiro imigrante e latino a dirigir o departamento que trata da política imigratória (mais informações nesta página).

“Vamos trabalhar para desfazer a vergonha moral e nacional do governo anterior que, literalmente, não figurativamente, tirou as crianças dos braços de suas famílias”, disse Biden, que acusou o governo Trump de ter feito a separação de famílias sem “absolutamente nenhum plano de reunificação”.

O governo Obama chegou a deportar mais de 400 mil imigrantes em um ano enquanto Trump deportou cerca de 250 mil no mesmo período. A diferença ocorre porque mais pessoas ficaram presas nos EUA na gestão do republicano. Posteriormente, Biden, que foi vice de Obama, disse que a política adotada no governo de seu aliado havia sido um “erro”.

A separação das famílias passou a ser feita de forma sistemática na administração do republicano, que em pouco mais de um ano de governo tinha separado 5,5 mil famílias. A estratégia do governo Trump previa que todos os que cruzavam a fronteira de maneira ilegal seriam processados criminalmente. Antes, imigrantes sem antecedentes criminais normalmente respondiam a um processo de deportação e aguardavam em liberdade.

O discurso anti-imigração foi uma das principais plataformas eleitorais de Trump em 2016, quando ele venceu a eleição. O republicano argumentava que os imigrantes retiraram postos de trabalho de americanos, prometeu construir um muro na fronteira dos EUA com o México e associou mexicanos a estupradores. Como presidente, Trump adotou políticas que dificultaram a imigração aos EUA.

Com as medidas assinadas ontem, Biden busca rever as determinações e regulamentações criadas pelo governo Trump para restringir a imigração. No dia de sua posse, ele tomou medidas relacionadas à imigração com forte componente simbólico: reverteu a proibição estabelecida por Trump de imigração de países de maioria muçulmana e ordenou a paralisação da tentativa de construção de um muro na fronteira com o México. Nesse mesmo dia, enviou ao Congresso uma proposta para criar um caminho para obtenção de cidadania aos 11 milhões de imigrantes em situação ilegal que vivem no país.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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