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Mundo

Associações judaicas criticam fala de Ernesto Araújo

Por Agência Estado

30 de abril de 2020, às 07h22 • Última atualização em 30 de abril de 2020, às 09h49

A Confederação Israelita do Brasil (Conib)condenou ontem o comentário do chanceler brasileiro Ernesto Araújo que comparou as medidas de distanciamento social com os campos de concentração nazistas. A entidade afirmou não haver comparação possível entre uma medida adotada em todo o mundo para combater uma pandemia e uma ação persecutória e racista contra uma minoria que levou à morte de 6 milhões de judeus na Europa.

Na terça-feira, o Comitê Judeu Americano, uma das principais associações de defesa dos direitos do povo judeu nos Estados Unidos e da luta contra o antissemitismo, publicou uma mensagem dizendo que considerou a analogia “profundamente ofensiva e inteiramente inapropriada”. As duas instituições afirmaram que o chanceler deve desculpas à comunidade judaica. “Esperamos uma retratação”, disse a Conib, em uma nota oficial publicada em seu site.

Em texto publicado em seu blog pessoal, Metapolítica 17, em 21 de abril, Araújo publicou que a expressão “arbeit macht frei” (o trabalho liberta, em alemão), que está escrita na entrada do campo de concentração de Auschwitz, deveria ser o lema da nova era de solidariedade global. “Os comunistas não repetirão o erro dos nazistas e desta vez farão o uso correto. Como? Talvez convencendo as pessoas de que é pelo seu bem que elas estarão presas nesse campo de concentração, desprovidas de dignidade e liberdade”, escreveu Araújo.

No texto, ele também refuta a legitimidade de organizações internacionais que auxiliam no combate à pandemia, critica o Partido Comunista Chinês e denuncia o que chama de “jogo comunista-globalista de apropriação da pandemia para subverter completamente a democracia liberal e a economia de mercado”.
A Organização Mundial da Saúde tem recomendado que o distanciamento social como melhor medida para combater a pandemia que já matou mais de 218 mil pessoas ao redor do mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins. Procurado, o Itamaraty não se manifestou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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