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Mundo

América do Sul e África terão sérios impactos sociais, econômicos e políticos

Por Agência Estado

01 de abril de 2020, às 15h51 • Última atualização em 01 de abril de 2020, às 18h23

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira, 1º, que a pandemia do novo coronavírus terá consequências sérias para os países da América do Sul, Central e África, e defendeu que esses países estejam equipados para conseguir identificar o maior número possível de casos de pessoas contaminadas.

“O coronavírus vai ter sérias consequências sociais, econômicas e políticas na América do Sul e África”, disse Tedros Adhanom, destacando que o mundo chegará a 1 milhão de contaminados e a 50 mil mortos nos próximos dias. “Precisamos garantir que esses países detectem, testem, isolem e tratem esses casos, identificando os contatos com pessoas infectadas”. Os casos de coronavírus mais que dobraram na última semana.

Tedros Adhanom destacou que muitos países estão determinando que as pessoas fiquem em casa e reduzam a circulação, o que limita a transmissão do vírus, mas traz consequências para as pessoas mais pobres. “Pedi aos governos governos que implementem medidas de bem-estar social para garantir que as pessoas vulneráveis ??tenham alimentos e outros itens essenciais durante esta crise”.

O diretor da OMS lembrou que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou um pacote de US$ 24 bilhões, incluindo comida gratuita para 800 milhões de pessoas. O projeto determina ainda a transferência de dinheiro para 204 milhões de mulheres pobres e o fornecimento gratuito de gás de cozinha para 80 milhões de famílias nos próximos 3 meses.

“Muitos países em desenvolvimento lutarão para implementar programas de bem-estar social dessa natureza. Para esses países, o alívio da dívida é essencial para que eles possam cuidar de seu povo e evitar o colapso econômico”.

Tedros destacou que ainda existem muitas incertezas e que todo o planeta está em processo de aprendizado diário. “É a primeira pandemia de coronavírus do mundo e o seu comportamento é desconhecido ainda. É por isso que precisamos estar no ‘modo aprendizado'”. Ele pediu novamente solidariedade e cooperação internacional não apenas para a saúde pública, mas para lidar com os efeitos sociais e econômicos que muitos países estão enfrentando.

Questionadas sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira, 31, as autoridades da OMS não responderam diretamente sobre o caso brasileiro. “A mensagem para todos os países é a de adotar uma estratégia compreensiva para responder a essa doença, fortalecendo os sistemas públicos de saúde para absorver o fluxo de pessoas”, disse o diretor do programa de Emergências de Saúde da entidade, Michael Ryan. “É muito importante que todos os países levem a sério, estejam prontos, engajem as comunidades e não deixem ninguém para trás. Para todos os países, não só o Brasil”.

Maria Kherkove, diretora da área de doenças e zoonoses emergentes da OMS, afirmou que todos os indivíduos têm um papel na luta contra o coronavírus. “Todos precisam entender que são responsáveis”, disse.

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