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Economia

Yellen defende ação para restaurar sustentabilidade da dívida de países pobres

Por Agência Estado

14 de outubro de 2021, às 14h17 • Última atualização em 14 de outubro de 2021, às 14h35

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou nesta quinta-feira, em discurso preparado para um evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que é preciso uma ação rápida para restaurar a sustentabilidade da dívida dos países pobres. No documento, Yellen ressalta que o governo americano trabalhou com o G-20 no último ano para implementar a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI, na sigla em inglês), com o objetivo de ajudar essas nações a enfrentar a pandemia.

“A comunidade internacional também precisará reafirmar seus compromissos existentes para apoiar a sustentabilidade da dívida em países pobres e vulneráveis”, defendeu a economista.

Yellen disse que o Banco Mundial deve buscar inovações para melhorar e aumentar a transparência dos credores e trabalhar com os países endividados para publicar dados melhores de dívida.

Financiamento para combate à mudança climática

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos afirmou ainda que o governo norte-americano está redobrando a promessa de fornecer financiamento internacional para o combate à mudança climática. “O clima é uma ameaça existencial que requer uma resposta global proporcional ao tamanho do desafio”, disse a economista.

As declarações de Yellen ocorrem semanas antes do início da COP-26, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU).

“O Banco Mundial, bem como outros Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs), precisam estar na vanguarda das operações de alto impacto que têm um efeito significativo na redução das emissões do país, protegendo ecossistemas críticos e criando resiliência contra os impactos das mudanças climáticas”, ressaltou a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Acordo de Paris

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos afirmou também nesta quinta-feira que o capital privado será essencial para preencher lacunas no financiamento público destinado às metas do Acordo de Paris. “Enquanto trabalhamos para mobilizar esse capital, devemos continuar a nos concentrar em abordar os desafios contínuos que os mercados emergentes e países em desenvolvimento enfrentam para atrair financiamento do setor privado”, ressaltou a economista, “especialmente para mitigação de gases de efeito estufa e infraestrutura de adaptação”.

Segundo Yellen, os bancos multilaterais de desenvolvimento ajudam os países emergentes a priorizar investimentos climáticos. “Os Estados Unidos são um grande acionista dos bancos multilaterais de desenvolvimento e temos o compromisso de usar nossa posição de liderança para ajudar a facilitar uma transição global em direção a emissões zero líquidas de carbono até a metade do século”, afirmou.

Novas variantes na pandemia

Sobre a pandemia, Yellen disse que as novas variantes do coronavírus ameaçam aumentar as divergências entre os países na retomada econômica.

Ela afirmou que os governos têm a oportunidade de utilizar seu espaço fiscal para continuar a apoiar uma recuperação “verde e resiliente”.

Dados do Banco Mundial

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos disse também que o governo americano irá monitorar quaisquer novos fatos e descobertas sobre supostas alterações em dados do relatório Doing Business 2018. O documento, que era produzido pelo Banco Mundial, foi descontinuado após uma denúncia de que a atual diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, teria pressionado por mudanças em dados da China, com objetivo de melhorar a posição do país asiático no ranking. Georgieva comandou o Banco Mundial de 2017 a 2019.

“Os resultados das investigações sobre irregularidades no Doing Business podem reduzir a confiança nas instituições financeiras internacionais se não houver uma ação forte para aumentar a responsabilidade, proteger a integridade dos dados e prevenir a má conduta”, disse Yellen nesta quinta.

Na segunda-feira, o Conselho Executivo do FMI decidiu manter Georgieva no cargo e reafirmou “confiança total” na economista búlgara, que nega qualquer irregularidade.

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