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Economia

Taxas fecham em queda apesar de preocupações com risco fiscal pós pandemia

Por Agência Estado

19 de maio de 2020, às 18h13 • Última atualização em 19 de maio de 2020, às 18h32

Os juros futuros de médio e longo prazos, aproveitando uma janela de oportunidade de melhora do câmbio entre 15h30 e 16h, terminaram a sessão regular em queda, após passarem o dia de lado, com discreto sinal de baixa. A ponta curta fechou estável. No mais, esta terça-feira, 19, foi de liquidez fraca e pouca movimentação nas taxas, com o mercado monitorando a discussão sobre antecipação dos feriados em São Paulo e sobre os riscos fiscais pós pandemia – que dominaram as reuniões de analistas com diretores do Banco Central -, além do exterior. Apesar do comportamento relativamente tranquilo hoje, a curva permanece com inclinação relevante, acima de 5 pontos porcentuais entre os principais contratos da ponta curta e longa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a sessão regular em 2,525%, ante 2,533% ontem no ajuste, a do DI para janeiro de 2022 passou de 3,421% para 3,39%. A taxa do DI para janeiro de 2027 caiu de 7,673% para 7,61%. O diferencial entre os DIs janeiro de 2027 e janeiro de 2021 fechou hoje em 509 pontos-base, ante 513 pontos ontem e 525 na sexta. Na etapa estendida, as taxas já mostravam viés de alta.

Após o forte fechamento ontem das taxas, a expectativa era de algum ajuste nesta terça-feira, até em função da instabilidade no câmbio, mas a curva manteve-se relativamente tranquila. “Depois da melhora toda de ontem, achei que ia dar uma realizada”, disse a gestora de renda fixa da MAG Investimentos, Patricia Pereira, lembrando ainda de fatores que recomendam cautela, como o pico da pandemia no Brasil e as preocupações fiscais, com o temor de que os benefícios dados pelo governo se tornem permanentes após a crise.

A preocupação com a trajetória fiscal foi o principal ponto de discussão nos encontros do BC com analistas hoje, realizados por teleconferência. Segundo fontes, os profissionais alertaram para o risco de dominância fiscal, com possível perda de efetividade da política monetária e aumento da inflação. “É consensual que o BC teria espaço para a reversão da política monetária acomodatícia sem ser de forma drásticas, mas o que ‘pega’ é a dúvida sobre se os programas emergenciais serão retirados depois da crise. O teto de gastos precisa voltar. Do contrário, a trajetória da divida fica insustentável e isso faz inclinar a curva do DI”, diz um gestor.

Em relação à discussão sobre a antecipação dos feriados em São Paulo, Jefferson Lima, gerente da Mesa de Reais da CM Capital Markets, afirma que o tema trouxe apreensão mais por causa das questões operacionais, de liquidação de contratos, e também a investidores que “operam a volatilidade de ativos”. “Dias seguidos parados aqui enquanto o mercado lá fora corre normalmente pode trazer prejuízo a este tipo de players, mas no DI não fez preço”, disse.

A B3 confirmou que o mercado terá funcionamento normal nos próximos dias 20, 21, 22 quando a prefeitura antecipou feriados e decretou um dia de ponto facultativo, medida para tentar conter o avanço do coronavírus.

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