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Economia

Mercado não vê novidade em vídeo e juros fecham em forte queda

Por Agência Estado

25 de maio de 2020, às 17h57 • Última atualização em 25 de maio de 2020, às 18h31

Os juros futuros encerraram o dia em forte baixa, em meio à leitura de que o vídeo da reunião ministerial do presidente Jair Bolsonaro, em 22 de abril, divulgado na sexta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não traz novidades que possam reforçar um pedido de impeachment do presidente no curtíssimo prazo, como se temia. A reação as taxas teve início ainda na etapa estendida da sexta e se prolongou durante todo o pregão desta segunda-feira, 25, derrubando a parte longa da curva num dia positivo também para o real. Os juros curtos também caíram, com aumento das apostas de um corte mais agressivo da Selic no Copom de junho. Todo esse movimento, contudo, não teve respaldo de volume, que foi afetado pela ausência dos mercados em Wall Street neste Memorial Day nos Estados Unidos.

As taxas de curto prazo renovaram pisos históricos de fechamento. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 encerrou em 2,385%, de 2,492% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2022 caiu de 3,441% para a mínima histórica de 3,20%. Nos demais prazos, fecharam nas mínimas do dia, com o DI para janeiro de 2025 em 6,10% (6,443% na sexta) e o DI para janeiro de 2027 a 7,06%, de 7,433% no ajuste anterior.

Na visão do mercado, o vídeo não trouxe elementos que já não fossem conhecidos em relação às acusações do ex-ministro Sérgio Moro de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. “A primeira conclusão é que o vídeo não alterou o cenário de improbabilidade de impeachment ou de afastamento do Bolsonaro para julgamento por crime comum. Não foi bala de prata para derrubar Bolsonaro”, disseram os analistas da LCA Consultores.

“Como o vídeo não gerou grandes preocupações, houve um distensionamento das taxas, mas nada definitivo. Há componentes que mais tarde terão de ser computados”, afirmou o operador de renda fixa da Nova Futura, André Alírio. Para ele, o volume mais fraco por causa do feriado americano também ajudou o fator doméstico a se sobressair.

Segundo o Haitong Banco de Investimentos, a curva projetava hoje 85% de chance de corte de 0,5 ponto porcentual da Selic no Copom de junho e 15% de probabilidade de recuo de 0,75 ponto. Na sexta, a precificação apontava 100% de chance de redução de 0,5 ponto.

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