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Economia

Juros marcam mínimas com dólar a R$ 5,32 após desemprego alto

Por Agência Estado

27 de novembro de 2020, às 09h34 • Última atualização em 27 de novembro de 2020, às 10h37

Os juros futuros marcaram mínimas assim que o mercado de câmbio abriu em baixa (na mínima no mercado futuro, foi a R$ 5,323) e a divulgação do desemprego (14,6%) mostrou resultado dentro do intervalo das estimativas do mercado financeiro, ainda que abaixo da mediana (14,8%) calculada pelo Projeções Broadcast. Segundo o IBGE, faltou trabalho para um recorde de 33,179 milhões de pessoas no 3º trimestre.

Como esperavam os analistas da Renascença, o IGP-M de novembro (3,28%) bem mais alto que a mediana (3,19%) das estimativas não foi suficiente para interromper o ciclo de baixa das taxas futuras, observado nas últimas três sessões. A sexta-feira de funcionamento parcial do mercado e agenda vazia nos EUA é pautada, também por baixa liquidez e ajustes técnicos.

Entre os diversos fatores que contribuem para a queda nas taxas neste início de negócios, segundo a Renascença, está o sucesso do leilão de ontem do Tesouro Nacional que captou a demanda por títulos de longo prazo. “O belo trabalho do TN Tesouro Nacional em identificar a demanda específica por NTN-F 27, somada a busca por prêmio embutido a partir dos vértices intermediários da curva, levou a um novo e intenso movimento de queda nas taxas na quinta-feira”, diz relatório da corretora.

Nesse contexto, o DI para janeiro de 2022 marcou mínima a 3,26% ante 3,315% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2023 marcou mínima a 4,94% ante 5,01% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2025 marcou mínima a 6,75% ante 6,82% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2027 marcou mínima a 7,54% ante 7,60% no ajuste de ontem. O fechamento ao longo de toda curva também evidenciou uma redução da inclinação do tracejado, com o diferencial de juros futuros recuando de 445 pontos-base do início da semana para 428 pontos-base nas mínimas de hoje.

Entre os fatores que também contribuem para a baixa dos juros futuros, um destaque é o esforço de colocar “panos quentes” sobre o atrito entre o ministro Paulo Guedes e o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Soma-se a isso o fato de o presidente do BC ter reforçado ontem sua avaliação de que os preços dos alimentos cairão e também o cenário mais favorável com a “sinalização por Baleia Rossi, autor da PEC da reforma tributária na Câmara dos Deputados, de que há proximidade de um acordo com o governo para a votação da proposta na Casa ainda neste ano”.

Sobre inflação, Campos Neto reiterou ontem que não vê a implícita em prazos mais longos pressionada mas reforçou que a preocupação com o efeito indireto da trajetória fiscal sobre as expectativas. “A gente já teve isso no Brasil. Quando você entende que o fiscal está descontrolado e que a saída do fiscal lá na frente é um processo inflacionário, o câmbio desvaloriza, a curva de juros fica muito inclinada, a inflação implícita de prazo longo sobe, contamina o meio da curva e, eventualmente, contamina o início da curva”, disse.

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