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Economia

Juros longos sobem e curtos ficam estáveis, refletindo cautela externa

Por Agência Estado

06 de janeiro de 2020, às 18h53 • Última atualização em 06 de janeiro de 2020, às 19h07

A expectativa em torno do conflito entre os Estados Unidos e o Irã e possíveis impactos nos preços do petróleo e, consequentemente, dos combustíveis internamente, continuou limitando o apetite nos negócios no mercado de juros, sustentando inclinação da curva a termo e inibindo a liquidez. As taxas de curto prazo fecharam de lado, enquanto as demais tiveram avanço moderado na etapa regular e mais firme na sessão estendida.

Como o Irã prometeu retaliação a Washington após o assassinato do general iraniano Qassim Suleimani por forças americanas, o temor sobre quais as ações a serem tomadas e efeitos sobre os preços das commodities mantém os mercados na defensiva, mas, entre os ativos, o nível de estresse é visto como bastante controlado. “Ninguém acredita que o Irã será irresponsável de fazer algo contra os EUA. Não há a percepção de agravamento da situação”, disse o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.

Jefferson Lima, gerente da mesa de juros da CM Capital Markets, afirmou que a tensão no segmento de petróleo pode pressionar os preços internos, o que amplia as dúvidas sobre a política monetária nos próximos meses. “Enquanto isso, o mercado fica no compasso de espera”, comentou.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou em 4,525% (regular) e 4,53% (estendida), de 4,515% na sexta-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 passou de 5,782% para 5,82% (regular) e 5,84% (estendida). O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 6,46% (regular) e 6,49% (estendida), de 6,422%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,79% (regular) e 6,82% (estendida), de 6,751%.

Nesta tarde, o governo se reuniu no Ministério das Minas e Energia (MME), com a participação do ministro Bento Albuquerque e representantes da Petrobrás e Agência Nacional do Petróleo (ANP). Mas, aparentemente, ao fim do encontro, não houve uma definição quanto a um reajuste ou não de preços em função dos eventos no Oriente Médio. O presidente Jair Bolsonaro fez uma rápida passagem pelo encontro e disse a jornalistas, na saída, que expôs os seus pontos de vista. Ele reconheceu ainda que o preço do combustível impacta a inflação e o frete.

Já o ministro afirmou que no encontro foram discutidas políticas que governo deve ter para enfrentar eventos e crises. “Trabalhamos há meses em instrumento que não seja afetado por alta de petróleo”, disse. Como os preços já vêm subindo em função do câmbio, há temor entre alguns participantes do mercado de que o governo possa segurar os repasses da alta do petróleo, o que seria visto como ingerência política e negativo para a imagem e o caixa da Petrobrás. Porém, Perfeito pondera que não é esperado um aumento automático da gasolina, o que não significa que haja uma mudança na política de preços da estatal. “Se for uma alta, não será tão forte. Há uma folga em relação à passagem de preços”, disse.

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