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Economia

Juros: DIs ignoram alta do dólar e fecham de lado em pregão de liquidez reduzida

Por Agência Estado

19 de julho de 2019, às 17h44 • Última atualização em 19 de julho de 2019, às 18h31

Em um pregão morno e de liquidez muito reduzida, as taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram a sessão regular desta sexta-feira, 19, muito próximas dos níveis vistos no fechamento de ontem. Nem mesmo a alta do dólar e das taxas dos Treasuries, em meio a sinais de que não haverá um corte agressivo de juros nos Estados Unidos, como aventado ontem, animaram os investidores a promover alterações significativas nos prêmios de risco.

Entre os DIs mais curtos, o contrato para janeiro de 2020 encerrou o pregão a 5,675%, ante 5,689% na sessão anterior. Na parte intermediária da curva, DI para janeiro de 2021 passou de 5,528% para 5,53%, enquanto o DI para janeiro de 2023 subiu para 6,38%, ante 6,35% no ajuste anterior. Entre os contratos longos, DI para janeiro de 2025 passou de 6,93% para 6,94%.

Pela manhã, as taxas chegaram a trabalhar com viés mais firme de alta, em um movimento de recuperação de prêmios perdidos no fim da sessão de ontem, quando declarações do presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Willians, foram interpretadas como um forte sinal de que o BC americano poderia reduzir a taxa dos Fed funds em 0,50 ponto porcentual no fim deste mês. Ontem à noite, o próprio Fed Nova York indicou, por meio de porta-voz, que Williams não falava sobre uma eventual ação do BC americano.

Nesta tarde, o presidente da distrital de St. Louis do Federal Reserve, James Bullard, afirmou que uma queda de 0,25 ponto porcentual neste momento seria preventivo e ajudaria a impulsionar a inflação. A fala de Bullard deu força ao dólar e levou as taxas dos Treasuries – referência global para os negócios de renda fixa – a bater máximas intraday, sem, contudo, provocar alterações na curva a termo doméstica.

Operadores ressaltam que, além da diminuição costumeira de negócios em julho, em razão das férias no hemisfério Norte, o mercado local sofre com a paralisação da tramitação da reforma da Previdência e a ausência de indicadores domésticos que possam alterar as expectativas para a condução da política monetária.

A liberação parcial de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS), cujo anúncio está previsto para a próxima semana, não trará impactos relevantes na atividade. Na semana que vem, sai o IPCA-15 de julho, que deve corroborar o quadro de inflação comportada, e dados da geração de vagas formais de emprego em junho.

Segundo um operador de renda fixa, além do compasso de espera pela Previdência, contribui para o volume fraco o fato de as tesourarias não terem motivos para arriscar uma mudança de posições por conta do encontro do Copom neste mês (dias 30 e 31). “Não há fato novo para alimentar os negócios. Se não houver nada que surpreenda na semana que vem, como uma liberação maior de compulsório ou anúncio de estímulos mais fortes para a economia, o mercado não continuar morno”, diz.

Dados compilados pela gestora de recursos Quantitas mostram que as taxas futuras refletem 54% de chances de redução da Selic em 0,25 ponto porcentual, para 6,25% ao ano, no encontro do Copom.

Grosso modo, a curva a termo reflete a expectativa de que o ciclo total de afrouxamento monetário seja de 1 ponto porcentual, levando a Selic para 5,50% – exatamente a mediana das projeções do Relatório Focus divulgado esta semana.

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