19 de abril de 2024 Atualizado 20:43

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Economia

Juros caem com dados econômicos, Campos Neto e à espera de ajuste do Orçamento

Por Agência Estado

30 de março de 2021, às 18h11 • Última atualização em 30 de março de 2021, às 18h46

Um conjunto de fatores do cenário doméstico nesta terça-feira trouxe alívio à curva de juros, com taxas em queda, mais acentuada nos vencimentos curtos e miolo, que tem concentrado as maiores posições do mercado. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou a sessão regular em 4,655%, de 4,776% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 6,654% para 6,42%. O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa de 8,07%, de 8,266% na segunda-feira, e a do DI para janeiro de 2027 terminou a 8,69%, de 8,834%.

O operador de renda fixa da Terra Investimentos Paulo Nepomuceno afirma que o dia não teve um driver claro, mas que a reforma ministerial ajudou, embora tenha sido, para ele, feita de forma “atabalhoada”. “A curva ganhou muito prêmio nas últimas sessões com apostas de que haveria ruptura do governo com o Centrão, o que não ocorreu”, explicou. Ao contrário, os partidos do Centrão ganharam espaço. A Secretaria de Governo foi destinada à deputada Flávia Arruda (PL-DF), o que foi visto como um gesto de aceno ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A indicação também agrada pelo fato de a deputada ter atuado como presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), e pode ser uma aliada da equipe econômica para a questão da peça orçamentária. O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, disse que, por ter presidido a CMO, ela tem habilidade para entender “como precisa ser conversado para resolver o problema” porque participou de todo o processo. O Orçamento virou o grande bode na sala e, após a repercussão negativa das manobras para acomodar emendas no texto, o mercado confia que ajustes serão feitos. O ministro Paulo Guedes fez um apelo aos parlamentares para que os acordos políticos caibam nos orçamentos.

Os dados do dia também ajudaram a desanuviar o ambiente. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de março subiu 2,94%, maior alta do mês no Plano Real, mas o mercado preferiu olhar para o fato de que a mediana era de 3,02%. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro mostrou criação de 401.639 posto de trabalho, o melhor resultado para o mês na série histórica e acima do teto das estimativas (283.936). Por fim, o déficit do Governo Central, de R$ 21,2 bilhões em fevereiro, ficou melhor do que a mediana de déficit de R$ 26,3 bilhões.

Nepomuceno, da Terra, afirma que, apesar dos fatos do dia, a médio prazo, o que preocupa o mercado é a inflação. “O mercado precifica muito mais do que o BC está imaginando para a política monetária, do que o BC gostaria. E acho que desta vez o mercado está certo”, disse, citando o câmbio médio em patamar muito elevado, assim como os IGPs.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta terça que a decisão de fazer um aumento da Selic mais rápido e forte pode fazer com que a alta total da taxa seja menor no fim do ciclo. “O movimento mais rápido e forte pode fazer a alta total da Selic ser menor”, disse Campos Neto no Encontro Daycoval.

Publicidade