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Economia

Investir exige conhecimento como 1º passo

Rentabilidade da poupança inferior à inflação tem feito muita gente buscar por investimentos alternativos

Por Marina Zanaki

14 de agosto de 2022, às 11h31 • Última atualização em 14 de agosto de 2022, às 11h32

Mercado financeiro oferece várias opções para aplicar o dinheiro - Foto: Adobe Stock

Em agosto, completam-se dois anos que a poupança tem uma rentabilidade inferior à inflação. Ou seja, quem tem algo guardado no mais conhecido investimento do Brasil está perdendo dinheiro.

A retirada de recursos da caderneta de poupança superou os depósitos em R$ 12,7 bilhões em julho deste ano, a maior saída para o mês desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995. Mesmo assim, ela segue como um dos caminhos mais escolhidos pelos brasileiros para guardar dinheiro, motivada principalmente pelo medo de investir.

Jornalista, educadora financeira e criadora da página @economiaemcasal no Instagram, Juliana Ferreira informa que a ideia de criar uma conta em uma corretora de valores e fazer os investimentos sozinho, sem um gerente ou funcionário para orientar, assusta muita gente.

Mas o problema é que o dinheiro na poupança tem rentabilidade muito baixa. Pelas atuais regras, ele rende 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano. Rendimentos de renda fixa que têm como referência a Selic (Taxa Básica de Juros) e pagam 100% do CDI têm um rendimento de 13,75% ao ano, mais que o dobro da poupança.

“É essa diferença entre o rendimento da Selic e da poupança que faz seu dinheiro valer cada vez menos. A poupança não é um bom investimento e as pessoas sabem disso, porque entram na conta e veem que não rendeu nada, mas mesmo assim deixam lá porque têm medo de fazer outros investimentos”, disse Juliana.

INVESTIR. A primeira dica da educadora financeira é buscar conhecimento para ter coragem de sair da poupança. O que não falta hoje são materiais simples e explicativos na internet. Além do @economiaemcasal no Instagram, os canais “Me Poupe” e “Nath Finanças” no YouTube são ricos em conteúdo sobre educação financeira.

“É preciso entender as formas de investimentos e não chegar na ansiedade. Pela ganância, muita gente acha que os investimentos são casas de apostas e que vai ficar rica de um dia para o outro”, alertou Juliana.

Em seguida, a recomendação da educadora financeira é começar a investir em opções da renda fixa. O Tesouro Direto é uma opção com boa rentabilidade e segura, já que o dinheiro está sendo emprestado para o governo brasileiro – que tem chances quase nulas de quebrar. Outra opção simples é um CDB que pague 100% do CDI.

“Bancos digitais, que hoje estão rendendo muito mais do que a poupança, como Nubank, Sofisa e Inter, são confiáveis e pagam 100% do CDI. Você precisa de apenas R$ 1. Você transfere por pix da sua conta e já está rendendo mais que a poupança”, afirmou Juliana.

Com o alto desemprego e da perda de poder aquisitivo da população, parece impossível investir. Mas a verdade é que não é preciso desembolsar altos valores. Juliana recomendou a estratégia de separar o investimento assim que receber o salário e se programar para viver com o restante. O ideal, segundo ela, é investir pelo menos 1% do salário.

“A forma como você lida com o dinheiro tem muito a ver com a maneira que as pessoas à sua volta lidam. Organizar as finanças não é fácil, não é legal, se fosse, muito mais gente estaria investindo. Mas no futuro isso faz toda a diferença”, defende Juliana.  

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