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Economia

Intranquilidade interna no fiscal e no político empurra Ibovespa para baixo

Por Agência Estado

06 de maio de 2020, às 11h41 • Última atualização em 06 de maio de 2020, às 14h37

A despeito da alta das bolsas internacionais, o Ibovespa encontra dificuldades em engatar o segundo dia consecutivo de ganhos, e acompanhar a alta em Nova York. A série de notícias internas consideradas desfavoráveis pesa sobre a confiança dos investidores, sobretudo no que diz respeito ao fiscal e ao quadro político instável.

O ministro Celso de Mello Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, autorizou oitivas de ministros do governo por conta de acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Além disso, mesmo com a valorização externa, o movimento é moderado, já que o petróleo opera em baixa, e houve novos indícios ruins do mercado de trabalho nos EUA, na semana em que será informado o dado oficial.

Em abril, houve corte de 20,236 milhões de vagas no país, ficando menos negativo que a previsão de recuo de 22 milhões, segundo a ADP. Apesar disso, o Ibovespa futuro acentuou o ritmo de queda, coincidindo também com as palavras do presidente do Federal Reserve (Fed) de Saint Louis, James Bullard. Conforme ele, o relatório de emprego, o chamado payroll, a ser divulgado na sexta-feira, será um dos piores da história. Além disso, estimou que o impacto do novo coronavírus na economia será no segundo trimestre e, se necessário, o Fed fará mais para impulsionar o país. Às 11h24, o Ibovespa caía 1,12%, aos 78.581,51 pontos, após se aproximar dos 80 mil pontos.

“O dado da ADP veio com fechamento de vagas menos pior que o esperado, mas é um número assustador, muito feio”, afirma o estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimentos, Rafael Bevilacqua.

Em relação à aprovação na Câmara da ajuda a Estados e municípios e que livrou mais categorias de servidores públicos do congelamento dos salários, desidratando uma contrapartida pedida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a MCM Consultores pondera que o efeito negativo pode ser revertido à tarde, quando o projeto ir à votação, ainda hoje.

Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, faltam bons motivos para impulsionar os negócios no mercado interno. Ele enumera alguns fatores desfavoráveis como a alteração da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela Fitch, de estável para negativa, a queda das ações de bancos por conta de estimativas de recuo mais ‘agressivo’ da Selic hoje, pelo Copom, além do dólar forte devido a essa expectativa. “Tem ainda o cenário externo, e fora a questão política e o fato de o Congresso aprovar o que quer na ajuda a Estados desprezando o pedido de contrapartida pedida pelo Ministério da Economia, ignorando a equipe econômica”, cita. Às 11h06, o Ibovespa cedia 1,15%, aos 78.556,96 pontos.

“É claro que existe um preocupação com o avanço do fiscal, mas a decisão da agência já era esperada. Também imagino que essa aprovação na Câmara possa, de certa forma, ser amenizada pelos mercados. O problema fiscal é mundial e tem um motivo forte, que é o de salvar vidas”, diz o estrategista da Levante.

Em tempo: hoje no início da noite o Comitê de Política Monetária (Copom) decide a taxa de juros, cuja expectativa da maioria é de queda de meio ponto porcentual, conforme pesquisa do Projeções Broadcast, mas já há casas esperando declínio mais agressivo, de 0,75 ponto. Analistas ficarão atentos ao comunicado do Copom após a definição da Selic, hoje em 3,75%, neste momento de atividade fraca e de inflação baixa.

No contexto de estimativa de profunda recessão no País, risco de retomada lenta da atividade e aumento de pressões desinflacionárias, “parecem vir crescendo as chances de que o nosso Banco Central acelere o ritmo de corte da taxa básica Selic no curto prazo”, conforme cita em nota a LCA Consultores.

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