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Economia

Fiscal e tensão externa impulsionam juros; mercado aguarda leilão do Tesouro

Por Agência Estado

06 de janeiro de 2021, às 18h55 • Última atualização em 06 de janeiro de 2021, às 19h32

Já impulsionados na sessão regular pelo temor de mais pressão fiscal no Brasil, os juros futuros avançaram ainda mais na etapa estendida. O movimento ocorreu na esteira do aumento da tensão política nos Estados Unidos, depois de manifestantes pró-Donald Trump invadirem o prédio do Capitólio, em Washington, onde o Congresso se preparava para certificar a vitória de Joe Biden.

A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 2,904% na terça-feira para 2,945% na regular e 2,985% na estendida (na máxima). O janeiro 2023 passou de 4,305% para 4,420% (regular) e 4,465% (estendida). O janeiro 2025 foi de 5,774% a 5,930% (regular) e 5,980% (estendida). E o janeiro 2027 saltou de 6,503% a 6,700% (regular e estendida).

O estresse no mercado de juros veio desde a abertura dos negócios, reverberando ainda o noticiário da véspera. Os investidores reagiram com desconfiança à fala do presidente Jair Bolsonaro, que na terça-feira cedo disse a apoiadores que o País estava “quebrado”.

A equipe econômica tentou conter a desconfiança, alegando que, ao fazer o alerta, o chefe do Executivo mostrava compromisso com as contas públicas. Mas o temor de a fala do mandatário preceder uma rodada de populismo fiscal trouxe desconfiança aos agentes.

O gerente de renda fixa de uma corretora paulista lembra que a preocupação fiscal é uma tônica em todo o mundo, embora os países desenvolvidos tenham espaço ainda para reagir à aceleração da doença. “Hoje o fiscal pesou muito, com o mercado vendo uma chance de os auxílios voltarem porque a pandemia segue em alta e o lockdown pode voltar”, comentou.

Apesar do temor do mercado, na equipe econômica, os gastos sociais estão, neste momento, restritos à dotação já esperada do Bolsa Família. No período da manhã, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) noticiou que o governo pretende editar uma Medida Provisória (MP) de reestruturação do programa, sem expansão do gasto dele, contudo.

O mercado de juros se preparou, também, para o primeiro leilão de títulos pré-fixados do ano, a ser feito na quinta-feira cedo pelo Tesouro. Serão oferecidos lotes de LTN para 1º/4/2022, 1º/1/2023 e 1º/7/2024 e de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2031. Haverá também LFTs para 1º/3/2022 e 1/3/2027. Os volumes serão conhecidos nesta quinta-feira.

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