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Economia

FGV/Picchetti: projeção para IPC-S de 2020 é de alta de 4,0% (ante 4,11% em 2019)

Por Agência Estado

02 de janeiro de 2020, às 10h56 • Última atualização em 02 de janeiro de 2020, às 11h18

A forte aceleração do índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) no fim de 2019 não indica uma tendência para o comportamento do indicador em 2020, frisa o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti. Ele lembra que próximo a setembro chegou a projetar que o IPC-S fecharia o ano passado em 3,60%, mas o indicador acumulou alta de 4,11% (ante 4,34% em 2018). Para 2020, a projeção é de 4,00%.

“Não há tendência de aceleração em 2020. O avanço do fim de 2019 foi todo centrado em uma questão de oferta, principalmente de alimentação. As condições de oferta devem se estabilizar e a inflação deve ficar comportada”, explica. Picchetti cita, por exemplo, que o clima chuvoso dessa época do ano tende a ser favorável à produção de carne bovina, o que deve ajudar a moderar a alta da proteína, que tem mostrado fortes variações por conta do aumento da exportação para a China, que sofre com a peste suína africana.

Segundo Picchetti, uma boa forma numérica de reforçar essa avaliação que a pressão sobre a inflação é passageira é o núcleo do IPC-S. Enquanto o índice cheio fechou 2019 em 4,11%, o núcleo teve alta de 3,23%, aquém também de sua variação em 2018 (3,87%). Da mesma forma, em dezembro, quando o IPC-S mostrou taxa de 0,77%, o núcleo foi de 0,36%.

O coordenador diz, porém, que a tendência é de algum avanço no núcleo em 2020, por causa do mínimo histórico da taxa real de juros e também com a aceleração da atividade econômica, já observada em diferentes indicadores. Além disso, afirma, a mudança de patamar do câmbio ao longo de 2019 pode resultar em algum repasse para a inflação, embora nos últimos anos o pass through tenha sido bastante limitado.

“Se tiver algum efeito vai ser no sentido de aumentar um pouco o núcleo. Há uma retomada econômica que se ocorrer com a força que se está prevendo deve elevar o núcleo, mas nada que não seja compatível com a política monetária”, destaca.

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