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Economia

Dólar sobe para R$ 3,85 mesmo em dia de intervenção de US$ 1 bi do BC

Por Agência Estado

25 de junho de 2019, às 18h30 • Última atualização em 25 de junho de 2019, às 21h14

O mercado de câmbio teve uma terça-feira agitada, marcada pelo aumento da procura por dólares para envio ao exterior, preocupações com a votação da reforma da Previdência na comissão especial e com os rumos da política monetária dos Estados Unidos. Até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem pedido de liberdade avaliado hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF), voltou ao radar das mesas de operação. Com isso, o real foi uma das moedas que mais perdeu valor hoje no mercado financeiro mundial, junto com o rublo, da Rússia. O Banco Central entrou no mercado, ofertando US$ 1 bilhão para dar liquidez. Profissionais não descartam nova intervenção nos próximos dias, pois a demanda pela moeda americana deve seguir alta. O dólar à vista fechou em alta de 0,65%, a R$ 3,8520.

Até o início da tarde, os investidores estavam monitorando o exterior, e o dólar subia lá fora, mas um Twitter do líder do PP na Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendendo o adiamento da votação da Previdência na comissão especial provocou uma onda de ordens de compra de dólares e a moeda bateu máximas. Praticamente no mesmo horário da postagem de Lira, nos Estados Unidos, dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) discursavam e o dólar acelerou a alta no mercado financeiro internacional.

Todas essas notícias externas e as domésticas, incluindo a do julgamento no STF que pode liberar o ex-presidente Lula, ocorreram em um dia de mercado à vista com liquidez escassa, por conta do aumento da demanda das empresas pela moeda americana, observa o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem.

Desde o início dos negócios, operadores notaram que a demanda por dólar estava aumentando no mercado à vista. Uma das evidências é que as cotações deste segmento começaram a superar as do mercado futuro. Com isso, o dólar casado (a diferença entre as duas cotações) passou a operar no negativo. Normalmente no fim do mês, o casado fica negativo, mas a intensidade hoje impressionou. Junho é final de mês, trimestre e semestre, o que aumenta a demanda por empresas de dólares para remessas às matrizes de lucros e dividendos. Como reflexo, o BC entrou com oferta de US$ 1 bilhão em leilão de linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra). “Era natural que o BC entrasse hoje, tem demanda, faltava liquidez”, destaca o operador da CM Capital, Thiago Silêncio.

Profissionais de câmbio não descartam novos leilões de linha pelo BC nos próximos dias. “O mercado à vista ficou seco hoje e a tendência é que isso continue amanhã”, disse um operador. As cotações do final do dia sinalizam para esta quarta-feira, 26, um dólar à vista ainda mais caro que o futuro, observa Vanei, da Terra Investimentos. “A chance é grande de novo leilão.”

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