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Economia

Dólar sobe na volta do Carnaval em dia de preocupação com covid e fiscal

Por Agência Estado

17 de fevereiro de 2021, às 18h46 • Última atualização em 17 de fevereiro de 2021, às 19h11

A volta do feriado de Carnaval foi marcada por dólar em alta, pressionado tanto pelo mercado externo como pelo interno, nesta Quarta-feira de Cinzas de pregão com horário reduzido. A moeda americana ganhou força no exterior hoje, ante divisas fortes e emergentes, após uma rodada de bons indicadores americanos. Internamente, persistiu o incômodo com a situação fiscal do Brasil, que teve como ruído hoje a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). A visão nas mesas de operação é que o episódio pode tirar, ainda que momentaneamente, o foco do Congresso da agenda econômica. A escassez de vacinas e os casos em outros estados da variante de Manaus também ficaram no radar dos investidores.

O dólar abriu às 13h em alta e logo tocou a máxima do dia, a R$ 5,43. O movimento perdeu força e a moeda americana chegou a negociar na mínima por alguns instantes, a R$ 5,39, e depois seguiu na casa dos R$ 5,41 ao longo da tarde. No fechamento, o dólar à vista teve valorização de 0,76%, a R$ 5,4152. O dólar futuro para março subiu 0,79%, a R$ 5,4160.

A esperada divulgação da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve não teve maiores impactos no mercado de moedas, na medida em que reforçou a mensagem de manutenção dos estímulos que os dirigentes do BC americano já vêm sinalizando nos últimos dias.

Durante o feriado de Carnaval, com Jair Bolsonaro em Santa Catarina, não houve novidades públicas sobre as discussões do auxílio emergencial. Por isso, o tema seguiu gerando cautela no mercado. O economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, observa que a tentativa de recriar o auxílio reforça a visão de que o governo vai acabar colocando o teto de gastos de lado. Isso colocaria a trajetória da dívida em nível insustentável, com reflexo muito negativo no câmbio e juros futuros.

O sócio da Acqua Investimentos, Bruno Musa, afirma que há insegurança em relação às tratativas para retomada do auxílio emergencial. “Mesmo que o teto de gastos não venha a ser furado e a PEC Emergencial com cláusula de calamidade pública seja aprovada pelo Congresso, o endividamento do país continuará subindo cada vez mais e isso aumenta a desconfiança do investidor sobre o Brasil e o real se desvaloriza”, ressalta ele.

Pesquisa do Bank of America com investidores de América Latina mostra que a maioria destes profissionais (58%) vê dólar abaixo de R$ 5,10 no fim do ano. Já uma minoria (12%) acha que a moeda americana pode até cair abaixo de R$ 4,80 ao final de 2021. Além disso, subiu de 50% em janeiro para 74% este mês o porcentual desses profissionais que acreditam que haverá “alguma flexibilização” no teto de gastos, citando como maior risco para o Brasil uma rápida deterioração das contas públicas.

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