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Economia

Dólar sobe e vai a R$ 5,29 com expectativa por corte de juros

Por Agência Estado

05 de agosto de 2020, às 18h10 • Última atualização em 05 de agosto de 2020, às 21h48

Em novo dia de volatilidade no câmbio, o dólar firmou alta nos negócios da tarde desta quarta, 5, na medida em que se aproximava o final da reunião do Banco Central para definir a nova taxa de juros do Brasil, a Selic. A expectativa, além de nova redução da taxa, é ver o que os dirigentes vão sinalizar pela frente. Profissionais das mesas de câmbio dizem que se o BC deixar a porta aberta para futuros cortes, a pressão vai aumentar ainda mais no dólar. No exterior, a moeda americana caiu ante divisas fortes, para a mínima desde maio de 2018, e também recuou nos emergentes, em dia de indicadores mistos da atividade dos Estados Unidos e sem avanço nas negociações sobre o pacote fiscal americano.

Em sessão de expectativa pela decisão do BC, o real acabou ficando com o pior desempenho ante 34 moedas mais liquidas no mercado internacional. No fechamento, o dólar à vista encerrou em alta de 0,14%, cotado em R$ 5,2930, mas na máxima do dia foi a R$ 5,32. Já o dólar futuro para setembro, subia 0,27% às 17h30, em R$ 5,3020.

O BC deve divulgar o resultado da reunião de política monetária pouco depois das 18h. No Congresso hoje, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil “ficou décadas com o câmbio artificialmente baixo”, porque os juros eram altos, o que prejudicou a indústria.

Para o economista-chefe e sócio da Apex Capital, Alexandre Bassoli, a taxa de juros é baixa de forma inédita, mas ao mesmo tempo o Brasil convive com um nível elevado de risco fiscal, sobretudo após ser um dos países que mais elevaram gastos públicos com a pandemia. “Nesse contexto, é razoável que haja cautela muito grande em relação a quais vão ser os efeitos de novas reduções dos juros na dinâmica do câmbio”, disse ele, hoje, em live do BTG Pactual. Um dos riscos é mais brasileiros decidindo alocar parte de seus recursos no exterior, o que pressionaria ainda mais o câmbio.

Para o economista-chefe da gestora Novus Capital, Tomás Goulart, o BC pode sinalizar fim do ciclo de cortes, mas querer deixar a porta “minimamente aberta” para nova redução. Ao mesmo tempo, ele observa que os juros historicamente baixos no Brasil têm importância para explicar a alta volatilidade recente no câmbio. Por isso, caso o BC sinalize que vai parar de reduzir a Selic, a volatilidade pode se reduzir. Para hoje, ele espera redução de 0,25 ponto porcentual, levando a Selic para 2%.

No exterior, em meio à indefinição sobre o pacote de socorro fiscal dos Estados Unidos, o dólar testou hoje novas mínimas. O índice DXY, que mede a moeda americana ante divisas fortes, como o euro e o iene, caiu para a casa dos 92 pontos, no menor patamar desde maio de 2018. “Sem pacote fiscal, sem alívio para o dólar”, observa o analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. Enquanto o pacote não vem, Manimbo destaca que os recentes indicadores mistos da economia americana só contribuem para deixar o dólar ainda mais enfraquecido. Cima.

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