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Economia

Dólar sobe e vai a R$ 4,10 com cautela antes de reunião China/EUA e IPCA fraco

Por Agência Estado

09 de outubro de 2019, às 18h16 • Última atualização em 09 de outubro de 2019, às 21h35

O dólar chegou a cair para R$ 4,07 no início dos negócios desta quarta-feira, mas o movimento perdeu fôlego e a moeda americana subiu à tarde, com os agentes recompondo posições em dólar. Os investidores aguardam a reunião, que começa nesta quinta-feira, entre o primeiro escalão do governo chinês com o americano, em Washington. O volume de negócios no mercado de câmbio ficou bem abaixo da média, com os agentes evitando fazer apostas mais firmes antes do final do encontro. O dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,27%, a R$ 4,1028.

Também contribuiu para pressionar o mercado de câmbio a divulgação do IPCA de setembro, com deflação de 0,04%, a menor taxa para o mês em 20 anos. O número alimentou apostas de corte mais intenso de juros pelo Banco Central, o que reduziria ainda mais o diferencial das taxas do Brasil com os países desenvolvidos, tornando o país menos atrativos para o capital externo.

O economista para América Latina da consultoria Capital Economics, William Jackson, avalia que não só a taxa deve ser cortada em 0,50 ponto na reunião de política monetária deste mês, mas os juros no Brasil devem permanecer historicamente baixos ao longo de todo 2020, por conta da inflação sem dar sinais de aceleração. O já baixo diferencial de juros tem afugentado estrangeiros.

Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, o dólar não deve cair abaixo de R$ 4,00 por enquanto. Nesta quarta e nos últimos dias, as atenções estiveram voltadas para o exterior, com a reunião entre China e EUA, e as discussões no Congresso. Para ele, sem tramitação mais rápida no Congresso de medidas que melhorem a economia, o estrangeiro não vai voltar ao Brasil, ainda mais em um ambiente de juros pouco atrativos.

No exterior, o dólar operou estável em relação a divisas fortes e misto nos emergentes, mesmo em dia de maior apetite por risco. Pela manhã, as mesas de operação se animaram com a notícia de que ao menos um acordo parcial poderia sair das negociações em Washington a partir desta quinta-feira. Informações de que Pequim poderia comprar mais soja dos EUA também animaram. No final da tarde, Donald Trump disse que o acordo não pode ser “50-50”, tem que ser melhor para os EUA. Apesar do noticiário positivo, os analistas do grupo financeiro ING avaliam que há poucas evidências de que os dois lados estejam dispostos a mudar de posição o suficiente para romper o impasse atual e alcançar um acordo.

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