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Economia

‘Devemos atuar como força estabilizadora’, diz economista do BCE

Por Agência Estado

27 de março de 2021, às 09h15 • Última atualização em 27 de março de 2021, às 13h51

Para enfrentar os riscos econômicos impostos pela pandemia de coronavírus, é fundamental que o Banco Central Europeu (BCE) atua como uma força estabilizadora e impulsionadora de confiança, comprometendo-se com a preservação de condições favoráveis de financiamento. A estratégia foi defendida pelo economista-chefe da instituição, Philip Lane, em evento na Casa Europeia neste sábado, 27.

Segundo Lane, esse compromisso do BCE tem sido cumprido através do conjunto de instrumentos de política monetária da instituição. Entre eles, a orientação de baixa taxa de juros, programas de compra de ativo e políticas de garantia. O economista-chefe destaca ainda que essas medidas forçam reforças pelas iniciativas anticíclicas tomadas pelo órgão de supervisão do banco europeu.

“Complementando nossa política monetária acomodatícia, é essencial que a política fiscal neutralize o choque pandêmico sobre a renda e a capacidade produtiva das empresas e garanta que as condições gerais da demanda promovam uma recuperação oportuna. Além disso, apoiem as perspectivas de crescimento de médio prazo por meio de investimentos públicos que aumentem o crescimento”, defendeu Lane.

O economista-chefe do BCE afirmou ainda que o papel macroeconômico da política fiscal é especialmente importante nas condições atuais. “Os multiplicadores fiscais são maiores em um ambiente de taxas de juros baixos, enquanto o impacto setorial assimétrico das medidas de restrição social só pode ser abordado por meio de medidas dessa natureza”, complementa.

Além da contribuição combinada das medidas fiscais nacionais, Lane destacou o papel, que considera fundamental, do Fundo de Recuperação (Next Generation EU). “Um programa plurianual de investimento público elevado e direcionado fornece um importante motor de crescimento para a economia pós-pandemia, que é ainda ampliado pelo compromisso de realizar reformas que estimulem a recuperação”, explicou o representante do BCE.

Nesse contexto, o economista considera que a atenção coordenada a investimentos verdes e à digitalização têm potencial para gerar ganhos de produtividade adicionais. O apoio fiscal para atividades básicas de pesquisa e desenvolvimento é mais uma estratégia defendida por ele para minimizar os impactos econômicos da pandemia.

Na análise de Lane, os planos de reformas nacionais devem incluir ainda a melhora de eficiência de administração do setor público. De acordo com o especialista, “isso poderia potencializar a produtividade das economias como um todo, considerando não só o tamanho do setor público nos países europeus, mas também a importância de uma administração eficiente dessa área aos custos operacionais e à resiliência de todos os outros setores”.

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