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Economia

‘Cuidar da saúde ajuda volta da economia’, diz presidentes da Lojas Renner

Por Agência Estado

19 de maio de 2020, às 07h03 • Última atualização em 19 de maio de 2020, às 12h35

Com a maior parte das lojas fechada por causa da pandemia de coronavírus, a Lojas Renner, líder em moda no País, decidiu permanecer em terreno seguro no que se refere à volta do funcionamento de sua rede física. Segundo o presidente da companhia, Fabio Faccio, além do aval das prefeituras, a rede acompanha por conta própria dados de disseminação da doença para decidir se volta ou não às atividades.

“Seguimos os critérios e orientações que todos os governantes deveriam usar – que são os das entidades de saúde”, disse o executivo. “Mas como sabemos que há alguns governantes muito responsáveis, há outros que sofrem muita pressão (para reabrir). A gente, então, tem precaução extra.”

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

A Renner modificou projetos por causa do coronavírus?

A Renner lançou o projeto de vendas por WhatsApp, que estava previsto para 2021. Em função desse momento, aceleramos e conseguimos colocar no ar em uma semana. Estamos em teste em Porto Alegre, no momento, e vamos expandir a outras cidades. Temos outras ferramentas em andamento para a integração dos canais de venda. Uma delas é o projeto de despachar produtos vendidos online a partir das lojas. Recentemente também implantamos o drive-thru, para que as comprarem produtos sem sair do carro.

Faltam profissionais de tecnologia no mercado. A Renner sente essa disputa?

Trabalhamos há algum tempo nesse setor e ampliamos muito nossa equipe de digitalização e inovação. Ainda estamos agregando pessoas ao time – e sentimos que realmente todo mundo está olhando a digitalização neste momento.

Qual é o posicionamento da Renner sobre a reabertura das lojas?

Fomos a primeira grande varejista a fechar as lojas, em 18 de março. Temos um time que olha a questão da pandemia. Estamos acompanhando dados internacionais, trocando informações com outras varejistas, discutindo qual vai ser o melhor modelo de operação. Primeiro de tudo, precisa ter um decreto do município autorizando o funcionamento. Mesmo com a autorização, acompanhamos o total de infectados pelo coronavírus a cada 100 mil habitantes e o porcentual de ocupação de leitos dos hospitais. Nas nossas lojas, todos os provadores estão fechados, há álcool em gel disponível e marcações de distância. E o cliente está sendo, em geral, bastante compreensivo. As pessoas seguem as orientações.

A empresa está sendo mais conservadora que os governos?

Seguimos os critérios e as orientações que todos os governantes deveriam usar – que são os das entidades de saúde. Mas como sabemos que há alguns governantes muito responsáveis, há outros que sofrem muita pressão (para a reabertura da economia). A gente, então, tem uma precaução extra. Em algumas cidades onde poderíamos estar funcionando, mantivemos lojas fechadas. Isso aconteceu especialmente no interior.

Qual sua visão sobre o “cabo de guerra” político sobre a crise do covid-19?

Na nossa visão, a prioridade é a segurança das pessoas. A gente não enxerga uma dicotomia entre saúde e economia. Observamos que quem cuidou mais da saúde teve uma recuperação (econômica) mais rápida. Tem de haver diálogo maior entre as distintas esferas de governo e entre os Poderes. Polarização não ajuda em nada.

Com as lojas fechadas, a Renner vai manter empregos?

Do momento em que a gente decidiu fechar, bloquemos as demissões. Mas já passamos os primeiros 60 dias, nosso compromisso na época, e vamos segurar mais um pouco. A gente usou ferramentas do governo, com as MPs 927 e 936, com o aval das equipes. Usamos férias, banco de horas, antecipação de férias, home office… Temos parte da equipe com redução de 25% no salário e outra, menor, com suspensão de contrato.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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