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Covid-19

Crédito para os empreendedores na área do turismo

Abav e a Associação Brasileira de Operadoras de Turismo lançam campanhas incentivando o adiamento, em vez do cancelamento de viagens

Por Agência Estado

10 de maio de 2020, às 08h41

Os inscritos no Cadastur, cadastro geral do Ministério do Turismo, podem solicitar crédito de acordo com portaria assinada após os reflexos da pandemia - Foto: Divulgação

Turismo, hospitalidade e aviação foram os principais setores afetados pela pandemia, de acordo com estudo da consultora Kantar. As ações de empresas de turismo e hospitalidade caíram cerca de 70% e as de aviação em média 78%.

Os pequenos e médios empreendedores sofrem mais nesse momento de crise. Entre as cerca de 2,3 mil associadas da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), em torno de 90% se classificam como micro, pequena ou média empresa. E os membros da Abav respondem por 80% das vendas de turismo do Brasil.

Para ajudar os empreendedores a sobreviverem à crise, aqueles inscritos no Cadastur, o cadastro geral do Ministério do Turismo, podem solicitar crédito de acordo com a portaria nº 141, assinada após os reflexos da pandemia.

Para facilitar o acesso à verba, a medida suspende o limite para a aplicação dos recursos do Fundo Geral de Turismo (Fungetur), reduz os juros de 7% para 5% ao ano e estende o prazo para pagamento dos empréstimos de seis meses para um ano.

Do outro lado, para evitar perdas com os clientes, entidades como a Abav e a Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa) lançaram campanhas incentivando o adiamento, em vez do cancelamento de viagens.

“Temos clientes com viagem marcada, mas cujas férias foram canceladas. Outros perderam o emprego. Mas em 90% dos casos temos conseguido deixar o valor pago como crédito para futuras viagens”, afirma Nildi, da Encontre Sua Viagem, que agora trabalha roteiros para médio e longo prazos.

Para quem quer virar franqueado
Ainda predominam no setor de viagens os pontos físicos para venda de pacotes e passagens, mas, de acordo com André Friedheim, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o modelo home office ou virtual de franquia vem ajudando a expansão do segmento nos últimos três anos.

Há investimentos iniciais desde menos de R$ 5 mil, diz ele, basicamente na modalidade home office. Lojas físicas são o modelo de franquia vendido por grandes operadoras, como CVC e Flytour.

Welter Leal já tinha uma agência de viagens especializada em turismo corporativo quando decidiu ser um franqueado em 2014. “Resolvi converter para uma franquia da Flytour e, com isso, ganhei mais força de negociação de preços, pensando principalmente em hotéis, companhias aéreas, aluguel de carro.” Entre suas vendas, 70% são feitas para empresas.

Para o empresário, dono de duas lojas em São Paulo e uma em Santos, é indicado conhecer o segmento para se ter sucesso nesse tipo de franquia, por conta da particularidade do setor de viagens. “Não existe uma receita de bolo. É o tanto que você vai trabalhar no negócio. Dedicação é fundamental”.

Segundo a Flytour, fundada há 45 anos, a procura é grande pelo modelo de franquia de viagens, disponível na empresa desde 1992. “Mas somos criteriosos na escolha de candidatos, para resguardar nossa marca. Por essa razão, nossa expansão é de em média dez unidades por ano”, diz Alessandra Antunes, diretora operacional da Flytour Franchising.

No caso da CVC, operadora de turismo das Américas, presente em cerca de 470 cidades brasileiras, a empresa diz que está negociando a redução de custos fixos e a obtenção de linhas de crédito para sua rede de aproximadamente 1,4 mil lojas franqueadas em 2019 no País – 135 lojas a mais do que em 2018.

“A operadora vem auxiliando seus franqueados na negociação de linhas de crédito com os principais bancos, bem como compartilhando medidas já implementadas na matriz, como redução da jornada de trabalho por três meses, congelamento de novas vagas e de horas extras”, afirma Emerson Belan, diretor-geral da empresa.

Para o alívio financeiro dos pequenos empreendedores, a CVC já não cobrava royalties, tampouco taxa de instalação de franquia, já que o ganho da operadora vem das vendas das lojas. Por ser empresa de capital aberto, ela não divulga o porcentual que o franqueado ganha de comissão.

Segundo o diretor, a CVC também está em contato com as administradoras dos shoppings centers, hipermercados e centros comerciais para a renegociação dos custos de ocupação, como aluguel, condomínio e fundo de promoção de suas lojas.

O investimento inicial numa franquia da rede parte de R$ 60 mil, com retorno de investimento de 24 a 28 meses, diz o diretor. Já o faturamento médio mensal de uma loja fica em torno de R$ 380 mil.

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