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Recuperação lenta da economia faz Selic cair

Por Agência Estado

31 de outubro de 2019, às 07h01 • Última atualização em 31 de outubro de 2019, às 10h41

A recuperação lenta da economia brasileira e os índices controlados de inflação levaram o Banco Central a promover, na noite desta quarta-feira, a terceira redução consecutiva de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou corte de 0,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica da economia), de 5,5% para 5% ao ano.

Com isso, a taxa está agora em um novo piso da série histórica, iniciada em junho de 1996. Em comunicado, o BC ainda deixou margem para um novo corte de meio ponto porcentual até o fim do ano.

A decisão era largamente esperada pelo mercado financeiro. De um total de 48 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas projetavam corte de 0,50 ponto porcentual.

Na avaliação do Copom, as reformas econômicas têm avançado no Brasil, mas é preciso “perseverar nesse processo”.

A reunião foi a primeira do colegiado desde que as mudanças na Previdência foram aprovadas no Congresso. A expectativa do BC é de que, com o reequilíbrio das contas públicas com as reformas, a queda dos juros se consolide e a economia se recupere de forma sustentável.

O BC avaliou ainda que os indicadores de atividade reforçam a continuidade do processo de recuperação da economia, mas que “essa recuperação ocorrerá em ritmo gradual”.

Na avaliação do Copom, o ambiente externo segue “relativamente favorável” para países emergentes, mas os riscos de uma desaceleração global mais intensa permanecem.

A instituição também levou em conta os índices de inflação, que estão controlados, e deixou margem para novo corte de meio ponto porcentual em dezembro, o que faria a Selic atingir 4,5%. “A consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude”, disse a instituição, em sua linguagem técnica. Para o início de 2020, porém, a sinalização é de que o corte pode ser menor ou nem mesmo ocorrer.

Para o economista Julio Cesar Barros, da Mongeral Aegon Investimentos, “a janela para juro abaixo de 4,5% ficou bem menor do que o mercado estava esperando.” O economista-chefe do Haitong Banco de Investimentos, Flávio Serrano, segue a mesma linha. “O Copom deixa claro que haverá mais uma queda de 0,5 ponto em dezembro, mas a tendência é não fazer mais nada depois disso.”

A nova taxa básica levou Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Bradesco a anunciarem cortes em diversas linhas, de empréstimo pessoal a crédito imobiliário.

O Brasil ainda tem uma das maiores taxas reais (descontada a inflação) do mundo. Levantamento do site MoneYou e da Infinity Asset mostra que o juro real do Brasil, de 1,65%, é o oitavo maior entre as 40 economias mais relevantes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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