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Economia

Compras de aço em maio fecharam em alta de 8,7% ante abril, diz Inda

Por Agência Estado

18 de junho de 2019, às 18h00 • Última atualização em 18 de junho de 2019, às 18h24

A compra de aço no mês de maio registrou alta de 8,7% na comparação com abril, com volume total de 246 mil toneladas. Na comparação anual, a compra representou alta de 9,6%. Os números foram divulgados nesta terça-feira, 18, pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).

Conforme o instituto as vendas de aços planos em maio contabilizaram alta de 1,2% na comparação com abril, atingindo o montante de 269,1 mil toneladas. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 203 mil toneladas, a alta foi de 32,6%, sobretudo pro causa da comparação com o período da greve dos caminhoneiros, no ano passado.

Já os estoques dos associados da Inda sofreram queda de 2,8% em relação ao mês anterior, para 791 mil toneladas. O giro dos estoques caiu, fechando em 2,9 vezes.

Enquanto isso, as importações encerraram o mês de maio com alta de 39,3% em relação ao mês anterior, com volume total de 126,8 mil toneladas. Na comparação anual, a alta foi de 14,7%.

Projeções

O presidente Inda, Carlos Loureiro, afirmou que a estimativa para junho é de que sua rede associada reduza em 15% suas vendas e compras na comparação com o mês imediatamente anterior.

Segundo Loureiro, tal cenário se dá diante de um mercado ainda fraco, sobretudo frente ao recuo forte nas exportações de automóveis.

Preços

As usinas brasileiras estão firmes em elevar os preços do aço no início de julho, afirmou Loureiro, ao destacar que nada o leva a crer que os custos com minério de ferro e carvão devam cair em um horizonte próximo. Apesar disso, ele destacou que o mês de julho será difícil para se aplicar tais aumentos.

“As usinas estão falando muito firme que saem com aumento no dia 1º de julho. CSN tinha divulgado aumento no dia 1º de junho e readequou para 1º de julho, diante de uma dificuldade de implantação. Usiminas também fala de aumento em 1º de julho. Todas falam em aumento de um dígito. Já a Arcelor diz que está com aumento no pipeline”, disse ele.

Questionado, Loureiro afirmou que o reajuste estimado está na casa de 5% a 10%. Ele explicou que algumas companhias tiveram de postergar os aumentos, mesmo diante de um cenário favorável para o ajuste, isso por causa do mercado interno enfraquecido. “Os preços lá fora levariam a crer que a gente teria uma manutenção até uma subida dos preços, na medida em que você está tendo o minério muito firme nesse US$ 110/t. Há especialistas achando que ele pode crescer até mais”, disse.

Segundo Loureiro, o minério tende a continuar subindo na medida em que os estoques dos portos chineses, que já estão caindo, atingirem níveis críticos. “Daqui a pouco você vai ter realmente alta de minério. Os estoques estão caindo muito. Você tem o minério australiano, mas ele é muito pior do que o minério brasileiro. Quando minério brasileiro voltar a faltar mais forte, vamos ver o preço do minério subir”, disse.

Mesmo com o cenário, Loureiro explicou que julho será um mês difícil para se aplicar tais aumentos. “O que impulsionaria um novo aumento em meados de abril era justamente a ausência de prêmio. Na hora que você tem o mercado lá fora caindo mais que US$ 30 para a bobina e, por outro lado, o dólar foi de R$ 4,10 para R$ 3,85, isso passa do que era um prêmio zero para algo perto de 10%”, explicou. “Eu diria que vai ser uma luta aumentar. Se for, vai ser muito menos do que se imaginava e o mercado é que vai dizer se passa ou não passa”.

Carlos Loureiro lembrou, entretanto, que um dado que pode favorecer o ajuste é o anúncio de parada em diversos altos-fornos. “A parada da CSN, para julho e agosto, vai gerar um recuo na oferta. Aço Minas também tem uma parada. Há um volume grande de paradas nesse trimestre que vão gerar menor produção”, disse, destacando a parada também da Arcelor, mas que deve ter efeito maior sobre as exportações.

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