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Economia

Commodities garantem alta ao Ibovespa, mas exterior fraco é limitador

Por Agência Estado

12 de janeiro de 2021, às 11h01 • Última atualização em 12 de janeiro de 2021, às 11h09

Tentativa de recuperação do Ibovespa nesta terça-feira, 12, é limitada pelo fôlego curto dos índices futuros norte-americanos e pelos sinais mistos nas bolsas europeias, mas reforçada pela valorização firme do petróleo, que impulsiona as ações da Petrobras para perto de 2,00%. Ontem, o índice caiu 1,46%, aos 123.255,13 pontos, em sintonia com o exterior.

Contínuas preocupações acerca do espalhamento do novo coronavírus deixam investidores um pouco comedidos, em meio ainda da expectativa hoje de votação do pedido de impeachment do presidente dos EUA, Donald Trump. Às 10h43, subia 0,36%, aos 123.694,74 pontos. Apesar da alta do minério de ferro, Vale ON cedia 0,46%, mas reduzia o ritmo de baixa.

“O Ibovespa vem de uma alta relevante, em torno de 30% em três meses. É uma recuperação saudável com a vacina no noticiário. Porém, existem diversos riscos que precisam ser colocados na balança e nos preços, o que tende a segurar novas altas. E o mercado começa a questionar a efetividade da recuperação econômica”, afirma Eduardo Cubas, sócio e diretor da Manchester Investimentos.

Mai cedo saiu o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020, que fechou com alta de 4,52%, acima do centro da meta, e superior à elevação de 4,31% de 2019. Em dezembro, ficou em 1,35%, após 0,89% em novembro. Ambos os resultados ficaram acima do teto das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast. Conforme Cubas, a aceleração dos preços é assunto que deve ser acompanhado com mais atenção pelo mercado, que, segundo ele, tem subestimado esse avanço. “Uma das grandes preocupações é aceleração mais intensa do que a prevista, num momento de dólar acima dos níveis históricos”, diz.

No Brasil, o adiamento da reunião desta terça-feira de governadores com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pode incomodar. O encontro, que seria para definir o começo da campanha de vacinação contra covid-19 no País, foi transferido para o dia 19 e vai deixando o Brasil cada vez mais para trás nesse quesito, em relação a outras nações. Além do espalhamento da pandemia no exterior, internamente não é diferente. A média móvel de mortes por covid-19 ficou acima de mil no País pelo segundo dia seguido ontem, totalizando 1.004 óbitos.

O avanço da doença pode reforçar o debate por adoção de extensão de medidas de auxílio, o que corroboraria a preocupação com a situação das contas públicas. Além disso, apesar de não ter impacto direto, o mercado acompanha os desdobramentos do anúncio do fechamento da montadora americana Ford no Brasil, ontem. Além das perdas de vagas de trabalho, será uma receita a menos para o País, assunto que também pode preocupar na seara fiscal. Para completar, tende a ser mais uma pressão para o governo avançar nas reformas.

Apesar de admitir que a Ford já estavam em dificuldades, Cubas menciona a falta de estrutura no Brasil para que empresas tomem decisões que dão prioridade ao País em relação a outras nações. “O custo Brasil tem impacto em decisões desse tipo”, afirma, acrescentando esperar que a saída da empresa reforce a necessidade de evolução da agenda reformista.

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