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Economia

Campos Neto diz ver ‘coerência’ nas decisões de juros do BC

Por Agência Estado

24 de janeiro de 2020, às 14h12 • Última atualização em 24 de janeiro de 2020, às 16h49

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira, 24, que a política monetária tem “mantido coerência” nas decisões de juros, para ter “transparência e lógica”. A declaração foi dada em evento da XP Investimentos, na capital paulista.

Campos Neto também comentou a questão do câmbio e disse mais uma vez que, diferentemente do passado, quando o câmbio se desvalorizava acompanhado de uma piora do prêmio de risco, agora há melhora do prêmio de risco. Disse também que a simplificação cambial deve ser votada em breve.

O presidente do BC afirmou ainda que, se a parte fiscal continuar avançando, haverá melhora na precificação da dívida.

Destacou também que o crédito tem crescido de forma saudável, com destaque para a construção civil. “Mas percebemos que na indústria, como a automotiva, há certa debilidade”, disse.

Risco embutido

O presidente do Banco Central afirmou, ao falar com o investidor estrangeiro, percebe que há um risco embutido na curva longa de juros, que é o da continuidade da atual política. “Quando falo com investidor de longo prazo, a pergunta que vem sempre é ‘ok, seu programa é bom, mas quem garante continuidade? E o próximo governo?’. Tem o prêmio de risco de não ter continuidade. Existe sempre isso que está sendo precificado na curva”, disse.

Segundo ele, à medida que essa agenda tem sucesso e efeitos macroeconômicos positivos, esse risco começa a diminuir. “Vai diminuindo a possibilidade de mudança desse programa”, comentou durante o evento da XP Investimentos.

Campos Neto ainda afirmou que, de forma geral, o prêmio de risco do Brasil tem diminuído e que o país tem ganhado o “benefício da dúvida”. “Tivemos uma melhora na nossa percepção de risco, em função do fiscal. O prêmio de risco está entrando em uma dimensão diferenciada.”

Hiato do produto

O presidente do Banco Central disse a representantes do mercado financeiro que a autoridade monetária enxerga um hiato do Produto Interno Bruto “relativamente aberto”, referindo-se à diferença entre o crescimento que é entregue de fato e o potencial do país. Por isso, afirmou, o BC vê a política monetária como estimulativa atualmente.

Durante evento da XP Investimentos, ele criticou ao menos duas vezes a volatilidade do mercado, tanto ao medir esse hiato quanto nas estatísticas de crescimento. Segundo ele, o BC vê movimentos mais suaves em relação ao hiato. E ressaltou que, no crescimento, as projeções do BC oscilaram menos, sobretudo em relação ao quatro trimestre de 2019, que surpreendeu negativamente as expectativas do mercado.

“Vejo volatilidade muito grande das expectativas de crescimento, porque tem muitos fatores que são atípicos. Teve gente que previa 0,5%, 0,4% (no 4º trimestre), foi pra 1%, voltou para 0,7%. Mas a nossa expectativa mudou pouco. A gente achava que ia ter parte da indústria um pouco para baixo. Começamos a ver que saques do FGTS não eram tão altos. E não mudou tanto nossa expectativa de crescimento”, comentou Campos Neto.

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