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Economia

Câmbio tem novo dia de pânico por coronavírus; intervenção do BC atenua estresse

Por Agência Estado

11 de março de 2020, às 18h18 • Última atualização em 11 de março de 2020, às 19h25

Em novo dia de pânico no mercado financeiro brasileiro e mundial, o dólar chegou a bater em R$ 4,76 na tarde desta quarta-feira, 11, mas desacelerou um pouco o ritmo de ganhos perto do fechamento, com a atração de vendedores da moeda americana ao mercado, e fechou em R$ 4,7226, em alta de 1,62%. O dia já começou tenso, com os investidores frustrados pela falta de detalhes de medidas fiscais da Casa Branca para fazer face aos efeitos do coronavírus. O estresse piorou após a Organização Mundial da Saúde (OMS) passar a classificar o surto de coronavírus como pandemia.

A Bolsa acionou hoje o mecanismo de circuit breaker pela segunda vez esta semana e paralisou os negócios pouco depois das 15h, momento em que o dólar bateu em R$ 4,75. É a primeira vez desde a crise financeira mundial que as operações são paralisadas duas vezes na semana.

Apesar do dia tenso, o real andou em linha com outras moedas emergentes. Para o estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, o leilão de swap cambial (venda de dólar no mercado futuro) de US$ 1 bilhão hoje contribuiu para trazer certo alívio ao mercado. “O mercado já estava ruim e a notícia da OMS ajudou a piorar”, disse Cruz.

Para o estrategista da RB, a esperança dos investidores agora é de que os governos lancem mão de políticas fiscais para lidar com a crise gerada pelo coronavírus, como fez hoje o governo britânico, que anunciou pacote de US$ 39 bilhões. Por isso, a falta de detalhes dos planos de Donald Trump deixou o mercado frustrado mais cedo, fazendo os investidores fugirem de ativos de risco, deixando os mercados emergentes, o que pressionou as moedas destes mercados. Após o fechamento do mercado à vista, o dólar futuro bateu na máxima do dia, em R$ 4,80 (3,22%), com a declaração de Trump de que “se nos livrarmos do problema do coronavírus rápido, não precisamos de estímulos”.

A expectativa é que o Banco Central Europeu (BCE) anuncie mais estímulos monetários amanhã e sua presidente, Christine Lagarde, enfatize a necessidade de medidas fiscais pelos governos da zona do euro, sobretudo após as declarações dela hoje, de que a região pode ter crise semelhante a de 2008. Os economistas do Morgan Stanley esperam “um pacote completo” de medidas pelo BCE, com novo corte de juros, levando as taxas europeias para território ainda mais negativo, além de reforço de liquidez e ampliação no programa de compra de ativos. “A probabilidade de recessão aumentou materialmente”, observa o banco, falando não apenas da zona do euro, mas dos EUA e da economia mundial.

O dólar subiu de forma generalizada hoje no mercado internacional e ganhou força principalmente ante moedas da América Latina, avançando 3,3% na Colômbia e 2,7% no México. “O coronavírus vem fazendo os mercados cambalearem. Investidores fogem de ativos de risco em busca de refúgios”, ressalta a economista-chefe do grupo financeiro americano Stifel, Lindsey Piegza.

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