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Semicondutores

Bosch antecipa abertura de fábrica que abastecerá o Brasil

Fábrica recebeu € 1 bilhão em investimentos (cerca de R$ 6,1 bilhões), parte financiada pelo governo local e por instituições financeiras da União Europeia

Por Agência Estado

07 de junho de 2021, às 14h53 • Última atualização em 07 de junho de 2021, às 18h06

Em meio à maior crise de falta de semicondutores, que tem levado fábricas de veículos à paralisação no mundo todo, a Bosch antecipou em seis meses a inauguração de uma fábrica do componente na Alemanha, de onde abastecerá outras unidades do grupo, incluindo o Brasil. A solenidade de inauguração, nesta segunda-feira, 7, foi feita de forma online e teve a participação da primeira ministra alemã, Angela Merkel, confirmando assim a importância da produção local de chips, hoje dominada por países asiáticos, embora a Bosch seja a sexta maior fabricante global do componente.

O evento teve também visita virtual à fábrica, que recebeu € 1 bilhão em investimentos (cerca de R$ 6,1 bilhões), parte financiada pelo governo local e por instituições financeiras da União Europeia.

“É o maior investimento individual feito pela Bosch em todos os seus 130 anos de história”, disse o presidente mundial do grupo Volkmar Denner, que não divulgou a capacidade produtiva da nova unidade, a segunda na Alemanha.

De acordo com ele, a última fábrica desse componente havia sido inaugurada em 2010. O novo complexo iniciará a produção em julho, inicialmente com semicondutores para produtos eletrônicos. Em setembro entrará em operação a linha direcionada à indústria automobilística.

Serão gerados 700 empregos de alta qualidade. Paralelamente à inauguração, por falta de componentes, a Bosch está com sua unidade em Braga, Portugal, parada desde o dia 10 de maio, com retorno previsto para o dia 9, mas podendo ser prorrogado.

Denner afirmou que o novo projeto “vai contribuir para aliviar a situação e reduzir a pressão”, mas admitiu que a falta global de chips deve continuar até 2022. “Ainda vamos enfrentar meses difíceis no segundo semestre”, comentou.

Fábricas paradas no Brasil

No Brasil, duas fábricas da Volkswagen, em Taubaté (SP) e em São José dos Pinhais (PR), suspenderam a produção a partir desta segunda-feira por falta do componente para os automóveis Gol, Voyage, Fox e T-Cross, fabricados nessas unidades. A paralisação deve durar dez dias, período em que os cerca de 4 mil funcionários de ambas as plantas ficarão em férias coletivas.

A General Motors vai suspender a produção da unidade de São Caetano do Sul (SP) por seis semanas a partir do dia 21, e aproveitará para também adequar a linha de montagem para o início da produção de uma nova picape.

A fábrica do grupo em Gravataí (RS) está parada desde abril e só deve retomar as operações em meados de agosto. A unidade produz o Onix, modelo mais vendido da marca. Antes do problema de abastecimento, o compacto liderava as vendas totais de carros no País há vários anos.

A Nissan, por sua vez, informou que deve interromper as atividades em Resende (RJ) por cinco dias pelo mesmo motivo.

No início do mês passado, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já havia alertado que as próximas semanas devem ser as mais complicados em termos de abastecimento de semicondutores e que novas paradas de produção deveriam ser necessárias, assim como ocorreu no início do ano, quando pelo menos metade das montadoras tiveram de desligar as máquinas.

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