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Economia

Bolsas de NY sobem e recuperam parte das perdas, de olho em sinais EUA-China

Por Agência Estado

06 de agosto de 2019, às 19h01 • Última atualização em 06 de agosto de 2019, às 20h34

As bolsas de Nova York encerraram a sessão desta terça-feira, 6, no positivo e recuperaram parcialmente as perdas de segunda, enquanto investidores monitoraram os sinais da guerra comercial entre Estados Unidos e China e repercutiram comentários do dirigente da distrital de St. Louis do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), James Bullard.

O índice Dow Jones avançou 1,21% para 26.029,52 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 1,30% para 2.881,77 pontos e o Nasdaq ganhou 1,39%, aos 7.833,27 pontos. Dez dos onze subíndices do S&P 500 fecharam no positivo, com exceção do setor de energia, que teve leve recuo de 0,06%.

Os ganhos em Nova York foram liderados por empresas de tecnologia, com altas expressivas da Apple (+1,89%) e Microsoft (+1,88%). O setor de serviços financeiros também teve bom desempenho, com destaque para ganhos do Goldman Sachs (+2,15%), Morgan Stanley (+1,80%) e Wells Fargo (+1,71%). No ramo de automobilísticas, Ford (+2,71%) e Fiat Chrysler (+2,78%) registraram ganhos significativos.

Os mercados abriram em alta com a notícia de que a China estabeleceu o dólar a 6,9683 yuans, com a moeda chinesa mais forte que as expectativas. O anúncio aliviou temores de que a divisa americana superaria novamente a marca psicológica de 7 yuans, após ter ultrapassado este valor na segunda pela primeira vez desde 2008.

Os índices acionários chegaram a perder fôlego no fim da manhã, com relatos de que os EUA poderiam impor sanções contra autoridades chinesas na província de Xinjiang, onde vivem muçulmanos da etnia uighur. Ao longo do dia, porém, as ações ganharam fôlego após Bullard declarar que há possibilidade de novos ajustes de política monetária, embora seja necessário esperar para ver os efeitos das últimas medidas do Fed.

Além disso, o diretor do Conselho de Comércio da Casa Branca, Peter Navarro, defendeu que o Fed corte juros em pelo menos 75 pontos-base até o final do ano, em mais um episódio de pressão do governo americano por uma postura “dovish” do banco central.

Na visão do NatWest Markets, embora as bolsas tenham voltado a subir nesta terça-feira, a sessão não foi uma inversão do movimento de aversão a risco. “Apesar do tom ligeiramente mais positivo que o mercado aparentemente observou, continuamos pessimistas sobre haver novas escaladas de tensões no curto prazo”, escrevem analistas do banco.

Sobre o Fed, os especialistas do NatWest avaliam que as falas de Bullard foram menos “dovish” que o esperado, ao reforçar diversas vezes que deseja aguardar os resultados do corte de 25 pontos-base realizado na semana passada. “Se o membro mais ‘dovish’ do comitê está falando em esperar, é motivo para preocupação”, escrevem os analistas, sugerindo que a instituição pode estar tentando se afastar da precificação do mercado e negar a percepção de estar cedendo a pressões de Trump por acomodação monetária.

Neste contexto, a retórica entre EUA e China continua agressiva, com as recentes críticas do presidente Donald Trump à política monetária do país asiático e a decisão chinesa de não comprar produtos agrícolas americanos, como foi acordado entre os dois países no G20 em junho. Segundo o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), os ataques de Trump representam um comportamento protecionista que irá “minar a ordem financeira internacional” e “provocar turbulência nos mercados financeiros”.

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