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Economia

Bolsa limita perdas após circuit breaker, em queda de 7,64% no fechamento

Por Agência Estado

11 de março de 2020, às 18h15 • Última atualização em 11 de março de 2020, às 19h25

A combinação entre pandemia do coronavírus – enfim reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – e ausência, até o momento, de iniciativas fiscais contracíclicas nos EUA colocou os ativos, aqui e em Nova York, em nova espiral negativa nesta quarta-feira, resultando em inusual acionamento do circuit breaker pela segunda vez na semana na B3, quando o Ibovespa apontava perda de 10,11%, aos 82.887,24 pontos.

Na retomada dos negócios, meia hora depois, o índice seguia em queda, forte embora fora dos dois dígitos no fechamento aos 85.171,13 pontos (-7,64%), estendendo as perdas da semana a 13,09%, as do mês a 18,24% e as do ano a 26,35%. O nível de fechamento desta quarta-feira foi o menor desde 26 de dezembro de 2018, quando o Ibovespa estava em 85.136,11 pontos.

Desde o fechamento anterior à quarta-feira de cinzas (aos 113.681,42 naquela sexta, 21 de fevereiro), as perdas acumuladas pelo Ibovespa chegam agora a 28.510,29 pontos, refletindo a forte correção que se impôs no período posterior ao carnaval, com o alastramento do coronavírus.

Na sessão de hoje, o giro financeiro totalizou R$ 34,2 bilhões, mais fraco do que na sessão anterior, quando havia ficado em R$ 40,0 bilhões após ter chegado a R$ 43,9 bilhões na segunda-feira, o maior do período pós-carnaval. Após o circuit breaker, por volta das 15h53 a B3 informou ter elevado o limite de oscilação diária do Ibovespa futuro, de 10% para 12,5%. Com a progressão dos negócios, as perdas do índice à vista se estendiam à casa de 12%, mas, após renovação de mínima a 80.795,50 pontos, passaram a ser limitadas a partir das 16h30, com o Ibovespa futuro tendo chegado a 80.540 pontos no limite de baixa.

Na segunda-feira, o Ibovespa teve queda de 12,17%, para subir no dia seguinte 7,14%, antes de voltar a mergulhar hoje 7,64%, com dois circuit breakers na mesma semana, algo que não ocorria desde outubro de 2008, durante a crise global. O movimento reflete a acentuada volatilidade que tem prevalecido no período posterior ao carnaval e que se acentuou nas últimas sessões, com ajustes que têm se mostrado, aqui, mais amplos do que os observados em Nova York. Nesta quarta-feira, os índices de NY fecharam o dia com perdas entre 4,7% e 5,8%, com o Dow Jones tendo fechado hoje em “bear market”, definido como uma perda de ao menos 20% em relação a sua máxima mais recente.

“O petróleo tem muito peso no nosso mix e isso ajuda a entender a ampliação das variações observadas no Ibovespa desde a decisão da Arábia Saudita, no fim de semana, de ampliar a produção da commodity”, diz Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. Nesta quarta-feira, Petrobras PN fechou em baixa de 9,74% e a ON de 10,84%. Outra gigante das commodities, Vale fechou em baixa de 9,08%. Na ponta negativa do Ibovespa, duas das ações mais pressionadas pelo coronavírus, pela escalada do dólar e pelo efeito direto sobre as viagens, especialmente internacionais: Azul cedeu 16,39% e Gol recuou 14,57%.

“Há muitos investidores novos na Bolsa, vivendo a primeira crise de confiança. Nem seria educado falar em irracionalidade, tendo em vista os riscos tangíveis em momento em que a atividade econômica é colocada em dúvida, com sucessivas revisões para baixo das projeções”, diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

“O mal-estar veio de fora mais uma vez, transmitido hoje a partir das ADRs, que acentuaram perdas em movimento que acabou sendo replicado aqui. Não há definição do que o governo dos EUA fará, e aqui não há agenda que não seja a das reformas”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

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