29 de março de 2024 Atualizado 10:41

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Economia

Bolsa fecha em baixa de 0,14% e perde nível de 119 mil pontos na 1ª sessão do ano

Por Agência Estado

04 de janeiro de 2021, às 18h54 • Última atualização em 04 de janeiro de 2021, às 19h18

O Ibovespa mostrou resiliência na primeira metade dos negócios, mas se inclinou no período da tarde à piora do humor externo sobre a pandemia, impedindo o índice de emendar o quarto fechamento na casa de 119 mil pontos na sessão inaugural de 2021, o que ampliaria sequência sem precedentes. Vindo de leve ajuste negativo de 0,33% no dia 30, o Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,14%, aos 118.854,71, após ter se mantido pela manhã a caminho de perfurar a máxima histórica de encerramento, de 119.527,63, registrada em 23 de janeiro. Com abertura a 119.024,29, oscilou entre mínima de 118.061,77 e máxima de 120.353,81, novo recorde intradia, superando a marca da última sessão de 2020, de 120.149,85 pontos. O giro financeiro totalizou R$ 33,1 bilhões nesta segunda-feira.

Em meio a avanço do dólar a quase R$ 5,27 e à acentuação das perdas nas ações de bancos (BB ON -3,12%, Bradesco PN -2,62%) – segmento de maior peso no índice -, o desempenho das ações de commodities (Vale ON +4,59% e Petrobras PN +2,01%) e das de siderurgia foi decisivo para suavizar a realização de lucros no Ibovespa neste começo de ano. Na ponta do Ibovespa, CSN fechou em alta de 7,28%, à frente de PetroRio (+6,57%) e de Gerdau PN (+6,50%), com o avanço de Vale e do setor de siderurgia sendo favorecido também pela alta de 3% no minério de ferro, negociado a US$ 165,29 por tonelada nesta segunda-feira no porto de Qingdao, na China. No lado oposto, Embraer cedeu 5,42%, JHSF, 4,74%, e Iguatemi, 4,55%.

Lá fora, a aversão a risco contribuiu para reforçar a demanda pela moeda americana. Desdobramentos negativos sobre a pandemia colocaram os investidores globais na defensiva nesta abertura de 2021. De acordo com relato da imprensa britânica, o secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hanckock, está “incrivelmente preocupado” com a variante do coronavírus descoberta na África do Sul e recentemente identificada no país europeu, em meio a dúvidas sobre se as vacinas atuais são eficazes contra esta mutação. O professor John Bell, da Universidade de Oxford, disse que a eficácia contra essa cepa é um “ponto de interrogação”.

No fim da tarde, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou novo lockdown até meados de fevereiro, a ser iniciado nesta terça-feira. “Temos que fazer mais para controlar a nova variante do coronavírus”, disse o premiê ao anunciar o novo período de restrições, no qual as aulas em escolas e universidades voltam a ser remotas. “As próximas semanas serão as mais difíceis da pandemia”, afirmou Johnson, que disse acreditar que se esteja ingressando “na última fase dessa luta”.

“De novembro pra cá, o mercado andou muito até os 120 mil pontos e, embora o cenário seja o de que se caminha para uma normalização gradual, há ainda que observar a eficácia das vacinas – eventual insucesso nesta questão tende a ser um fator de estresse”, aponta Marcio Gomes, analista da Necton Investimentos.

“O ritmo da imunização em massa será fundamental para determinar o grau da retomada econômica, colocando a recuperação até em nível superior ao que o mercado antecipa. Mas o momento ainda envolve riscos, com os Estados Unidos registrando recorde de casos e a pandemia mantendo em aberto a possibilidade de novas restrições à atividade global neste começo de ano, o que teria impacto severo para os mercados, especialmente no curto prazo”, observa Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos.

Publicidade