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Economia

Aversão ao risco no exterior cresce e juros futuros fecham em alta

Por Agência Estado

14 de agosto de 2019, às 18h16 • Última atualização em 14 de agosto de 2019, às 19h36

A aversão ao risco voltou com tudo sobre os mercados nesta quarta-feira e o segmento de juros, mesmo diante do reforço do viés desinflacionário global, não escapou e fechou com taxas em alta, mais pronunciada nos vencimentos intermediários e longos. Porém, o avanço, na média em torno de 10 pontos-base, das principais taxas mostra que os ativos de renda fixa doméstica foram menos penalizados pela tormenta externa, comparativamente ao câmbio e às ações. Mesmo com o dólar acima de R$ 4, a inclinação da curva foi limitada pela percepção de que o contexto externo pode reforçar o ciclo de afrouxamento monetário no Brasil, enquanto o noticiário positivo em torno das reformas vindo de Brasília também tem funcionado com um filtro.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subiu de 5,389% ontem no ajuste para 5,46%. A do DI para janeiro de 2023 fechou em 6,47%, de 6,361% no ajuste anterior. E a do janeiro de 2025 encerrou em 6,95%, de 6,871%.

A inversão da curva da T-Note de 2 e 10 anos nos Estados Unidos pela manhã, vista como forte prenúncio de recessão, e dados ruins nas economias da Europa e da China formaram o cenário que castigou ativos de economias emergentes. Ao mesmo tempo, na Argentina, o mercado vai digerindo mal a hipótese, considerada muito provável, da oposição kirchnerista assumir o poder na eleição de outubro, o que afunda o peso argentino e traz alguma contaminação a seus pares, como o real.

Para a curva local, contudo, o movimento ascendente das taxas é considerado como uma consequência da recomposição de carteiras que normalmente acontece em dias como esta quarta. “É cada vez mais claro que o ambiente é recessivo lá fora e isso não altera a percepção dos fundamentos aqui. Podemos ter essas variações na curva por ajustes técnicos”, disse o economista-chefe da Guide Investimentos, João Mauricio Rosal. Mesmo a pressão no câmbio, por ora, não compromete as apostas de queda da Selic porque o hiato do produto está num nível de abertura tão grande que é difícil haver espaço para repasse da alta do dólar aos preços.

A percepção de avanço das pautas econômicas do Congresso também ajuda a conter a inclinação da curva, na medida em que traz melhora na perspectiva para a área fiscal. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, reiterou que “o cronograma da reforma da Previdência está bem encaminhado” para aprovação da proposta no começo de outubro, enquanto a Câmara na terça aprovou o texto-base da MP da Liberdade Econômica e nesta quarta deve votar os destaques.

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