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Economia

Aversão a risco atinge Ibovespa, mas alta de Petrobras limita perdas

Por Agência Estado

06 de janeiro de 2020, às 11h18 • Última atualização em 06 de janeiro de 2020, às 13h04

Após cair em torno de 1%, o Ibovespa passou a reduzir a velocidade de baixa, influenciado, principalmente, pela inversão de sinal, de recuo para alta, dos papéis da Petrobras, que tentam acompanhar o ganho acima de 1% do petróleo externamente. Às 11h07, as ações tinha valorização de 0,76% (PN) e de 1,09% (ON).

O crescimento da tensão geopolítica no Oriente Médio após ataques dos EUA ao Irã na sexta-feira segue no radar, diante do temor de retaliações e de espalhamento da crise. Neste quadro, as bolsas caem lá fora, com destaque para o recuo de 1,37% do índice alemão, às 11h05.

Já o Ibovespa cedia 0,74%, aos 116.838,89 pontos, depois de recuar na mínima aos 116.486,27 pontos. Em Nova York, a expectativa é de abertura em baixa.

A valorização do petróleo no mercado internacional acende a luz amarela para um eventual reajuste nos preços dos combustíveis no Brasil. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que haverá reunião para tratar do assunto às 16 horas e avalia participar do encontro.

Na sexta-feira, já havia telefonado para o presidente da Petrobras. A estatal, por sua vez, informou que está monitorando o desempenho dos preços no exterior após o ataque dos EUA ao Irã.

Entretanto, a atitude do presidente tende a gerar desconforto no mercado, à medida que pode sugerir ingerência política. “Já tivemos esse tipo de postura no passado, de interferência na política de preços. É ruim. As ações até subiram, acompanhando o petróleo mas fecharam em queda na sexta ON: -2,47% e PN: 0,81% diante desse temor”, afirma Luiz Roberto Monteiro , operador da mesa institucional da Renascença DTVM. Na sexta, o Ibovespa fechou aos 117.708,36 pontos, em queda de 0,73%, naquele dia.

Ainda em relação à Petrobras, a empresa informou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) convidou oito bancos para intermediar a venda de parte das ações da petrolífera que estão em sua carteira, por meio de uma oferta pública de distribuição secundária de ações, com esforços amplos de distribuição no Brasil e no exterior.

Quanto ao crescimento na tensão externa, em resposta ao ataque americano que matou o general iraniano Qassim Suleimani, em Bagdá, na sexta, o Parlamento do Iraque aprovou ontem uma resolução que exige a retirada de tropas dos EUA do país.

Já o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou impor sanções ao Iraque por conta desta decisão do Parlamento. Além disso, exigirá que os EUA sejam ressarcidos pelos investimentos feitos em bases militares naquele país, cita em nota a MCM Consultores.

Conforme a consultoria, o petróleo exportado pelo Iraque pode ser objeto de sanções do governo americano, como ocorreu com o óleo iraniano. Neste caso, explica, poderá haver nova pressão de alta na cotação da commodity no mercado internacional, mas que poderia ser compensada pelo aumento da produção de óleo por outros países da Opep. Outra consequência direta da operação americana da semana passada, completa a MCM, foi a iniciativa do governo do Irã de suspender o acordo nuclear de 2015.

“Temos de esperar para ver os próximos desdobramentos. Enquanto isso, fica esse clima de alerta, de aversão a ativos de risco”, afirma Monteiro.

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