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Economia

Aumento no número de estagiários indica expansão do emprego jovem

Estudo aponta recuperação de estagiários das classes C e D/E após a pandemia, com projeções de crescimento de 3,7% em 2024

Por Ana Carolina Leal

09 de setembro de 2024, às 08h18

Volume de estagiários no país deve aumentar 3,7% em 2024 - Foto: Adobe Stock

Estudo recente realizado pela Tendências Consultoria, a pedido do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), revela que 39% dos estagiários no Brasil pertenciam à classe C em 2023.

Esses estagiários, integrantes de famílias com renda mensal entre R$ 3,3 mil e R$ 8 mil, são seguidos pelos das classes D/E, que representam 37,8% do total, com renda mensal de até R$ 3,3 mil.

Os dados refletem uma retomada significativa aos níveis pré-pandemia, após um período de forte retração durante o auge da crise sanitária, entre 2019 e 2020, quando o número de estagiários das classes C e D/E caiu de 685,3 mil para 512,2 mil em apenas doze meses.

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A recuperação observada nos últimos anos não apenas devolve esses números aos patamares anteriores, mas também projeta um crescimento contínuo.

A pesquisa indica que o volume de estagiários no país deve aumentar 3,7% em média em 2024, comparado a 2023, e 4,5% em 2025, ano em que o Brasil deverá alcançar a marca de 1 milhão de estagiários, o maior volume desde o início da série histórica da PNAD Contínua (IBGE), em 2012.

O cenário favorável para o crescimento dos estagiários no Brasil é impulsionado por diversos fatores econômicos e estruturais. Entre eles, destacam-se a reforma trabalhista e as reformas macroeconômicas, que incentivam a expansão de empresas com CNPJ, além dos impactos positivos do trabalho remoto, como maior flexibilidade, redução de custos e eliminação do tempo de deslocamento.

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Embora em menor escala em comparação com economias mais avançadas, o modelo remoto tem ganhado espaço no Brasil, oferecendo novas oportunidades de estágio para os jovens.

Humberto Casagrande, CEO do CIEE, destaca a importância do estágio para a economia e para a sociedade. “O levantamento nos mostrou que o percentual de estagiários que são responsáveis pelos rendimentos do domicílio quase dobrou desde 2018. Portanto, o estágio possibilita a permanência nos bancos escolares e o sustento das famílias”, afirma.

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Para Romulo Santana, supervisor da unidade de Campinas do CIEE, o aumento no número de estagiários tem um impacto não apenas socioeconômico, mas também na profissionalização e na humanização dos jovens.

“A construção de um futuro profissional e pessoal começa na juventude e nas oportunidades oferecidas nesta fase da vida”, destaca.

Além disso, Santana ressalta que, embora as indústrias e órgãos públicos historicamente liderem na contratação de estagiários, há um crescimento notável nos setores de comércio e serviços em geral.

“Diversos segmentos estão começando a entender a necessidade de capacitar os jovens de hoje para conseguir colaboradores eficientes amanhã”, diz.

De acordo com Santana, o desafio, hoje está em preparar os jovens para o mercado de trabalho. “Não estamos falando em experiência profissional, mas em um conhecimento básico para conseguir ingressar no mercado de trabalho”.

O CIEE oferece capacitação por meio do Saber Virtual, uma plataforma gratuita que disponibiliza mais de 50 cursos e conta com mais de 1 milhão de jovens cadastrados.

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