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Cotidiano

Seguranças dos trens das linhas 8 e 9 começam a usar câmeras corporais

Por Agência Estado

22 de junho de 2022, às 18h19 • Última atualização em 22 de junho de 2022, às 21h48

Cerca de 800 mil passageiros que passam diariamente pelas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda dos trens metropolitanos de São Paulo serão observados a partir desta quarta-feira, 22, por agentes de atendimento e segurança com câmeras corporais. A medida amplia o uso das novas tecnologias de apuração de ocorrências no transporte público. O Metrô já utiliza 350 câmeras.

Responsáveis pela redução de 87% nas ocorrências de confronto nos batalhões da Polícia Militar de São Paulo de 2019 a 2021, de acordo com levantamento da própria corporação, as câmeras corporais pretendem garantir a transparência das abordagens no transporte. Além das linhas 8 e 9, administradas pela concessionária ViaMobilidade, a CPTM está em processo de compra de mais 160 equipamentos para as outras linhas de trens.

A partir da gravação automática de sons e imagens – inclusive em ambientes com pouca iluminação e até uma distância de 15 metros – os equipamentos podem fornecer provas em ações judiciais e investigações policiais. Isso beneficia tanto os agentes quanto os usuários. Os registros servem para apontar supostos excessos dos profissionais de segurança ou para inocentá-los. A câmera deve ser obrigatoriamente acionada em toda abordagem para produzir registros que vão se somar aos captados pelas estações e pelos trens.

“A câmera traz maior transparência na relação de atendimento dos agentes com os clientes. Nenhum lado é dono da verdade. Por isso, a câmera ajuda a elucidar eventuais questões. Ela é uma segurança para os dois lados”, diz Hamilton Trindade, gerente executivo de Atendimento da concessionária ViaMobilidade, responsável pela gestão e manutenção das Linhas 8 e 9.

O objetivo é evitar cenas como as que ocorreram em dezembro do ano passado, quando um homem de muletas foi agredido por três seguranças da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na estação Granja Julieta, da Linha 9-Esmeralda. Os seguranças envolvidos foram afastados – a ViaMobilidade assumiu a operação em janeiro deste ano, após o episódio.

Em maio, o juiz Vítor Gambassi Pereira, da 23ª Vara Cível de São Paulo, condenou o Metrô de São Paulo a indenizar em R$ 70 mil um jovem que tomou um ‘mata leão’ e um soco de seguranças em dezembro de 2019, quando ele distribuía bilhetinhos com pedido de ajuda aos passageiros no interior do trem. A companhia vai recorrer da decisão.

Seguranças também podem ser vítimas de violência. Em um caso que se tornou emblemático, dois profissionais de segurança do Metrô e da CPTM registram um boletim de ocorrência em 2018 acusando vendedores ambulantes de agressão na Estação Carandiru da Linha 1-Azul do Metrô. Os agentes tentavam impedir o comércio irregular nos trens e estações. Paralelamente às questões de segurança pública, as câmeras servem para padronizar e melhorar o atendimento, pois gravam toda interação dos agentes com os passageiros.

Para o restante das linhas, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que realizou no dia 13 uma sessão pública para a compra de câmeras corporais para as equipes de segurança. Serão adquiridas 160 câmeras e 12 estações para o download de imagens. O orçamento, conforme previsto em edital, é sigiloso; o processo de definição do vencedor está em andamento.

A companhia informa que “com as câmeras corporais, será possível ter acesso à filmagem completa de uma ocorrência sob o ponto de vista do agente, com informações mais precisas para auxiliar as investigações da autoridade policial”.

Experiência positiva nas Linhas 4 e 5 de Metrô

A concessionária resolveu ampliar o uso das câmeras após a experiência positiva nas linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô, onde transitam diariamente 1 milhão de pessoas. Nesses locais, a implantação começou em fevereiro. “Como os dois (colaboradores e clientes) sabem que a câmera está gravando, o processo é mais tranquilo e mais seguro”, opina Trindade. Hoje, as Linhas 8 e 9 contam com uma câmera por estação, o que totaliza 42 equipamentos. Até o final do ano, o projeto prevê de 160 câmeras. A quantidade de body cams é igual ao número de postos de trabalho por turno.

O Metrô de São Paulo informou que os agentes de segurança utilizam câmeras acopladas aos uniformes desde julho de 2020 “para aprimorar o atendimento, prevenção e coibição de ocorrências públicas”. Ainda de acordo com a companhia, foram adquiridos 350 equipamentos. Cada dupla de agentes utiliza um dispositivo. Os equipamentos têm a capacidade de gravar e tirar fotos em alta definição. Todo o acervo da câmera é protegido com criptografia e não pode ser acessado pelo agente que a utilizou. O Metrô não informou, no entanto, a distribuição dos equipamentos ao longo das estações nem o balanço sobre o uso das câmeras nesses dois anos.

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