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Cotidiano

‘Se índice de saúde piorar, SP volta para a fase anterior’, afirma Covas

Segundo o plano de reabertura gradual do governo estadual, a capital já está na fase 2 de flexibilização, em que é possível reabrir shoppings e lojas

Por Agência Estado

02 de junho de 2020, às 12h00 • Última atualização em 02 de junho de 2020, às 13h40

A Prefeitura de São Paulo já havia recebido nesta segunda-feira, dia 1º, 33 propostas de representantes do comércio, de serviços e setores como clubes esportivos, associações estilistas e cosméticos, para fechar acordos sobre como deverá ser a reabertura da cidade, que ele afirma ser controlada. “Não é abrir de qualquer forma”, disse ao Estadão o prefeito Bruno Covas (PSDB). Ele evitou dar data para a retomada de cada setor, dizendo que esses prazos devem ser anunciados até quinta-feira. Segundo o plano de reabertura gradual do governo estadual, a capital já está na fase 2 de flexibilização, em que é possível reabrir shoppings e lojas.

Prefeito evitou dar data para a retomada de cada setor, dizendo que esses prazos devem ser anunciados até quinta-feira – Foto: Governo do Estado de São Paulo_18.05.2020

Nesta segunda, a Prefeitura começou a receber propostas de reabertura. Como tem sido o processo?

A Secretaria Municipal do Trabalho recebeu 33 propostas, entre várias associações, e às vezes tem até gente que manda algo como ‘olha, quero reabrir, qual é meu desconto de IPTU’. Então hoje (ontem), a gente já começou a analisar. Alguns setores que já estavam autorizados a abrir, como farmácias, supermercados, também apresentaram suas propostas de protocolo.

Farmácias e supermercados também podem ter mudanças?

Sim. A gente discute com eles.

Na quinta-feira serão anunciadas datas de reabertura?

Quinta a gente deve fazer o balanço e talvez já consiga dar algumas datas das assinaturas.

Mas há expectativa de aberturas já na semana que vem?

Calma. A expectativa é de fazer com a maior tranquilidade do mundo.

Como o Município fiscalizará?

A gente continua com a fiscalização de agentes da Vigilância Sanitária e subprefeituras, e a ideia desses protocolos é também chamar o setor para autorregulação. Se a cidade voltar aos níveis da fase 1, sai da fase 2 e aquilo que está autorizado a abrir volta a ter de ficar fechado. Ninguém mais interessado que permaneça nessa fase 2 do que os próprios setores.

Mas o que a Prefeitura irá fazer? O infrator vai ser fechado?

Pode ser fechado, como já é fechado hoje quem está aberto sem as regras. Mas o setor pode ajudar levando informação. Às vezes, tem ma pequena loja que não tem informação. (Pode ajudar) credenciando aqueles que estão com boas práticas, com selo de boas práticas, punindo quem é associado dele, e dentro do estatuto tiver essa possibilidade de punição, e apontando para a Prefeitura quem é que precisa receber fiscalização.

Com o aumento de circulação, a doença pode se espalhar mais. De quem será a decisão de, eventualmente, voltar de fase? Prefeitura ou governo estadual?

O Estado já deu os critérios. O próprio governo do Estado prevê que isso possa acontecer, ao dizer que você pode avançar para fase 2, como pode retroceder para a 1. Faz parte do plano. E isso está acontecendo em todo o mundo. A Coreia, que tinha reaberto, voltou a fechar algumas atividades. Se, com a reabertura, ou com a ida para a fase 2 ou 3 alguns índices piorarem, volta para a fase anterior. Isso vai ser automático e vai por revisão semanal.

Já era momento de falar nisso? A taxa de novos casos ainda está crescendo.

Já, porque a gente atingiu uma Rt (taxa de transmissão, ou o número de pessoas que um doente irá infectar) de 1 na cidade, o Rt referência quando se fala em reabertura. Conseguimos ampliar em mais de mil leitos de UTI e este fim de semana chegarão 380 respiradores. O fôlego que ganhamos foi para que o sistema de saúde pudesse ser reforçado, para reabrir com a devida cautela.

Há até duas semanas, o que vinha da Prefeitura eram sinais de que seria preciso lockdown. Depois, houve abertura. A tendência da pandemia não mudou no período. O que mudou?

Mudou a partir do momento que o secretário de Saúde nos trouxe dados que mostravam que a cidade tinha atingido certa estabilidade e que era possível discutir reabertura. Tudo o que a gente fez foi seguindo a orientação da secretaria.

Houve atritos com a gestão (João) Doria, como a fiscalização do uso de máscaras e o rodízio. Como está a relação?

As pessoas do entorno adoram botar divisão na minha relação com o governador. Mas a gente tem tido excelente relação. Por mais que a equipe técnica possa divergir em um ou outro detalhe, Prefeitura e Estado têm trabalhando conjuntamente desde o início da pandemia.

Houve algum favorecimento do governo à capital no processo de abertura, pelo fato de ela ter sido separada da Grande São Paulo?

Acho que não. Quem fez um pleito oficial de dividir a grande São Paulo foram os prefeitos e o governo do Estado atendeu. Não houve privilégio.

O senhor teve de fazer recuos, com a questão do bloqueio de vias, do rodízio. Que lição tira?

Estamos atravessando uma pandemia sem manual. Vamos sair de uma pandemia sem ter manual de como se sai de uma pandemia. Tudo aquilo que estava à disposição, resolvemos implementar. Podem me acusar de qualquer coisa, só não podem me acusar de omisso.

Conseguiu de alguma forma trabalhar na campanha?

Quase nada. Você imagina parar o enfrentamento a uma pandemia para reunir com partido para falar de eleição.

Como vê os protestos pedindo democracia e a organização da sociedade em torno do tema?

Quanto mais as pessoas participarem, melhor. Democracia não é um ato que requer que a pessoa vote de dois em dois anos. Requer participação, cobrança, permanente presença. Desde que não haja, claro, conflito entre quem é a favor e contra, e aqui em São Paulo temos locais suficientes para abrigar todo tipo de manifestação – não precisa todo mundo escolher a Avenida Paulista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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