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Covid-19

Estado de São Paulo tem um plano alternativo para a vacinação, afirma Doria

Apesar de Bolsonaro ter dito que mantém "zero" diálogo com Doria, governador quer conversar e chegar a um acordo

Por Agência Estado

23 de outubro de 2020, às 15h04 • Última atualização em 23 de outubro de 2020, às 18h26

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira (23) que seguirá no trabalho pela aprovação, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de vacina contra a Covid-19 feita em São Paulo, apesar das críticas do presidente Jair Bolsonaro ao imunizante e dos atrasos do órgão regulador na liberação de matérias-primas para sua produção.

Ele reforçou que o governo tem um plano alternativo de imunização caso o governo federal se recuse a fazer pelo SUS a aplicação. A Coronavac está em desenvolvimento pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.

Como o Estadão/Broadcast revelou ontem, diante da possibilidade de o Ministério da Saúde ignorar a Coronavac por ela ser chinesa e desenvolvida pela gestão de Doria, desafeto de Bolsonaro, governadores e secretários de saúde do País passaram a cogitar a possibilidade de um consórcio para financiar e distribuir a vacina.

A ideia ainda embrionária, no entanto, esbarra na dificuldade de se conseguir os recursos necessários para a realização do plano sem o apoio do governo federal.

“Se diante de uma circunstância negacionista, como infelizmente afirmou o presidente Jair Bolsonaro ontem pela manhã, que mesmo com a aprovação da Anvisa, o Ministério da Saúde não distribuiria e não permitiria o acesso dos brasileiros à vacina do Butantan, São Paulo tem um plano alternativo e eu garanto que aqui em São Paulo, os brasileiros serão imunizados com a vacina do Butantan com toda a segurança que (o instituto) oferece e a aprovação da Anvisa”, ressaltou Doria.

Diálogo

Apesar de Bolsonaro ter dito que mantém “zero” diálogo com Doria, o governador afirmou estar disposto a conversar e a chegar a um entendimento com o presidente. “Estamos abertos ao diálogo e a construir um programa que permita que os brasileiros sejam salvos pelas vacinas, pela orientação correta, pela compaixão”, afirmou. “Basta o presidente me convidar e eu estarei em Brasília para o diálogo na mesma hora”, disse o tucano.

Sobre a mediação das conversas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presente na entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, afirmou que “tentaram fazer uma intriga com o governador”. “O governador é meu aliado e meu amigo”, disse.

Maia afirmou ainda que sua presença ali na coletiva não é uma sinalização contra o governo federal. “Minha posição é apenas de dizer que a vacina qualquer que seja será muito importante principalmente para quem está acima dos 60 anos”, disse o parlamentar.

Certificado

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que, apesar do atraso na autorização da Anvisa, é esperado em até cinco dias, a partir de quinta-feira (22), o certificado para importação de matéria-prima necessária para a produção das doses da vacina Coronavac.

O instituto diz esperar desde o dia 18 de setembro resposta ao pedido que fez para que a agência autorize, em caráter de excepcionalidade, a importação da matéria-prima para o início da fabricação local. Como o produto ainda está em testes e não possui registro para comercialização, ele precisaria de uma autorização especial para ser trazido ao País. O atraso foi motivo de preocupação do Instituto, diante das declarações do presidente Jair Bolsonaro de que não faria uso da vacina mesmo com autorização da agência reguladora.

“A da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Esse é o pensamento nosso. Tenho certeza que outras vacinas que estão em estudo poderão ser comprovadas cientificamente, não sei quando, pode durar anos”, afirmou Bolsonaro na quarta-feira (21).

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