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Cotidiano

Rio Madeira é alvo de invasão de centenas de balsas de garimpo ilegal

Por Agência Estado

24 de novembro de 2021, às 14h39 • Última atualização em 24 de novembro de 2021, às 15h23

Centenas de balsas de garimpo ilegal avançam há dois dias pelas águas do Rio Madeira, dentro do Estado do Amazonas, em busca de ouro. As movimentações de balsas enfileiradas foram confirmadas na região dos municípios de Autazes e Nova Olinda do Norte. As informações preliminares são de que há cerca de 640 balsas numa região do rio localizada a cerca de 120 quilômetros de Manaus.

As balsas utilizam longas mangueiras, que são lançadas até o leito do rio. Acionadas por geradores, elas sugam a terra e tudo o que encontram no fundo. O material revolvido é trazido até a balsa e passa por uma esteira, onde é filtrado e devolvido de volta à água. Nesse processo, o ouro fica retido na esteira.

A corrida dos garimpeiros é pela notícia de que, na região, teriam encontrado uma grande quantidade do minério. Em um áudio obtido pela reportagem, um garimpeiro afirma que “lá embaixo estão fazendo 1 grama de ouro por hora”.

A reportagem questionou o Ibama sobre o assunto. O órgão federal declarou que “teve ciência do caso” e “nesta terça-feira, dia 23, reuniu-se com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para alinhar as informações, a fim de tomar as devidas providências e coordenar uma fiscalização de garimpo na região”.

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão estadual responsável pela gestão ambiental no Amazonas, informou que “tomou conhecimento das denúncias sobre a movimentação de dragas (balsas) de garimpo na região entre os municípios de Autazes e Nova Olinda do Norte, e será feito um diagnóstico apurando a real situação no local”. “O Ipaam informa, também, que atividades de exploração mineral naquela região não estão licenciadas e, portanto, existindo de fato, são irregulares.”

O órgão afirmou ainda que “há competência de órgãos federais na referida situação” e “em atividades como a citada pode haver outras possíveis ilegalidades que devem ser investigadas, tais como: mão de obra escrava; tráfico; contrabando; problemas com a Capitania dos Portos. E, ainda, de ordem econômica, social e fiscal, o que requer o envolvimento de diversas forças”.

Danicley Aguiar, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace que sobrevoou a região e flagrou centenas de balsas, se diz chocado. “Enquanto o mundo está buscando um acordo para conter a crise climática, mais uma vez o Brasil manda um sinal trocado: centenas de balsas extraindo ouro ilegalmente nas imediações da maior cidade da Amazônia.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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