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Brasil

Polícia investiga se houve omissão da vó de menina espancada e morta

Enquanto esteve internada, a guarda da criança foi passada para avó, que no dia seguinte a liberação hospitalar, devolveu a menina para mãe

Por Agência Estado

21 de novembro de 2019, às 15h03 • Última atualização em 21 de novembro de 2019, às 16h11

A Polícia Civil de São Paulo investiga se houve omissão da avó materna no caso da menina Micaelly Luiza de Souza Santos, de 3 anos, que morreu após ser internada com sinais de espancamento. A mãe Isadora Pereira de Souza, de 20 anos, e o padrasto Ewerton Queirós Laurenço, de 30, suspeitos da agressão, estão presos temporariamente.

Foto: Divulgação
Micaelly Luiza de Souza Santos, de 3 anos, morreu após ser internada com sinais de espancamento

Micaelly ficou 13 dias internada no Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, zona leste da capital, onde a equipe médica identificou lesões suspeitas. Na ocasião, o Conselho Tutelar foi acionado e a polícia abriu investigação por maus-tratos.

A criança recebeu alta na segunda-feira, 18. No dia seguinte, o casal voltou a levá-la para o socorro, desta vez no Hospital Municipal Professor Doutor Waldomiro de Paula, o Planalto, em Itaquera, também na zona leste, mas a vítima não resistiu.

No período da internação, a Justiça de São Paulo passou a guarda da menina para a avó materna, Edith Pereira, que, no entanto, devolveu Micaelly para a mãe. Segundo a polícia, ela alega não ter entendido a decisão.

“Não sei se ela ingenuamente deixou que a mãe ficasse com a criança”, diz o delegado José Carlos Carrasco, titular da Seccional Leste. “Ela é uma pessoa muito humilde, tenho certeza que o Conselho Tutelar deu as explicações técnicas. Agora, (a avó) dizer que não entendeu (que estava com a guarda)… Isso vai ser investigado e, se houver participação dela, será responsabilizada dentro do que contribuiu para o fato.”

A polícia aguarda laudos técnicos para determinar as circunstâncias e a causa da morte de Micaelly. No momento, a tendência é que Isadora e Laurenço respondam a processo por homicídio.

A família paterna também relata que a menina teria se queixado de abuso sexual. Isso também deve ser confirmado pela perícia.

Segundo as investigações, Lourenço já tinha uma passagem por agressão contra uma ex-companheira. Ele e Isadora devem ficar presos por 30 dias – o prazo é prorrogável.

Também de acordo com a Polícia Civil, o casal teria tentando fugir do hospital após avistar a chegada de policiais militares, chamados após a constatação da morte de Micaelly. Na delegacia, os PMs contaram que cada suspeito tentou sair por uma porta diferente da unidade.

Os dois ainda não teriam constituído advogado, segundo à polícia. Em depoimento, eles negaram agressão e alegaram que a criança se machucou depois de cair e bater a cabeça em uma mesa.

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