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Cotidiano

País não cumpriu promessa sobre desmatamento, diz gestor de investidores

Especialista diz que país pode ter dificuldade para atrair investimentos e para pagar títulos da dívida pública

Por Agência Estado

18 de maio de 2022, às 13h17 • Última atualização em 18 de maio de 2022, às 19h39

O estrategista da Bluebay Asset Management para títulos soberanos de mercados emergentes, Graham Stock, fez duras críticas à política ambiental do Brasil e disse que o País não está cumprindo promessas de reduzir o desmatamento, o que poderá ter efeitos na capacidade de atrair investimentos e, no futuro, de pagar os títulos da dívida pública.

“Na COP26 do ano passado o Brasil fez mais promessas para eliminar o desmatamento, mas isso não está acontecendo”, afirmou ele, que representa uma das maiores gestores de investimentos da Europa.

Ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no congresso “Mercado Global de Carbono”, realizado pelo Banco do Brasil e Petrobras, ele disse ainda que deixar de proteger a Amazônia teria consequências “desastrosas” para o planeta e para o Brasil. “Acreditamos que deixar de prevenir o desmatamento é uma ameaça às perspectivas do Brasil e para a posição fiscal do país e, portanto, para a capacidade futura do governo de honrar seus títulos que mantemos em nossas carteiras de mercados emergentes”, afirmou.

Stock citou ainda a redução dos orçamentos para órgãos ambientais e disse que os investidores de dentro e fora do Brasil estão observando a questão de perto. “Achamos que o governo poderia fazer mais. Pode ser difícil para o Brasil atrair investimentos se o desmatamento não for atacado”, completou.

Após as críticas, no encerramento do painel, Campos Neto convidou o executivo para conhecer a Amazônia. “A Amazônia é enorme e às vezes é difícil cuidar de todos os seus problemas. O ministro Joaquim Leite Ministério do Meio Ambiente sempre me convida e agora eu repasso o convite ao senhor: pegue um avião, viaje para a Amazônia e veja a Amazônia de perto.”, afirmou.

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