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Brasil

Motoboys protestam contra ações da Prefeitura e interditam Marginal do Tietê

Por Agência Estado

23 de julho de 2019, às 17h48 • Última atualização em 23 de julho de 2019, às 19h47

Um protesto feito por motociclistas que trabalham para aplicativos de entrega provoca lentidão na Marginal do Tietê na tarde desta terça-feira, 23. O grupo se manifesta contra o fim de pagamentos de bônus por entrega por parte das empresas. A prática, entretanto, já era ilegal desde 2011.

Embora apontada por especialistas e até por técnicos da Prefeitura como ação que aumenta a insegurança do trânsito e, consequentemente, a morte de motoqueiros, a perda desse bônus é vista por esses trabalhadores como uma perda de renda, o que motivou a manifestação.

O protesto não tem participação do sindicato que representa os motoboys e é acompanhado pela Polícia Militar. Ele teve início às 14 horas no Fórum Regional de Santana, na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, no bairro do Limão, zona norte.

O grupo informou à PM que percorreria a Marginal até a Ponte da Freguesia do Ó, na pista sentido Castello Branco. Da ponte, ingressaria na pista oposta da marginal, sentido Ayrton Senna, e seguiria até o cruzamento com a Avenida dos Estados. Ao Estado, manifestantes disseram que pretendiam ir à Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, centro.

A Prefeitura foi questionada, mas não informou se recebeu algum pedido de diálogo vindo destes manifestantes. No texto enviado à reportagem, informou que pretende criar um grupo de trabalho para “para dar continuidade a essas discussões e desenvolver ações com foco em segurança”.

“O trânsito é caótico na cidade de São Paulo. A questão é: o pai de família que não tinha condução porque o ônibus é uma porcaria, e o metrô também, comprou uma moto para ir e voltar do trampo. Esses caras não são acostumados com o trânsito de São Paulo, que é cruel. Esses caras que se acidentaram para caramba”, disse um dos manifestantes, Leandro Vieira Barbosa. “Culparam a gente (pelos acidentes), que sempre existiu”, disse.

Os bônus são pagos para quem atinge um determinado número de entregas, mas a prática é vedada pela lei federal 12.436, de 2011. Diferentemente do que expressa Barbosa, o entendimento dos técnicos é, ao estimular mais viagens, os bônus na verdade estimulam a direção perigosa: o entregador sai correndo pelas ruas, desrespeitando regras de segurança, e cometendo acidentes.

O Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo (SindomotoSP) já havia se posicionado contra a cobrança, além de uma série de outras ações adotadas pelos aplicativos que, no entendimento da entidade, violam regras de trabalho. Na semana passada, a entidade anunciou que ingressaria ação contra as empresas de entrega na Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Ministério Público do Trabalho de São Paulo já tem ações propostas à Justiça contra elas.

A gestão Bruno Covas (PSDB), da capital, tentou acordo com as empresa de entrega para fazerem elas cumprirem a lei e parar de pagar o bônus. Entretanto, duas delas, Uber Eats e Rappi se negaram a assinar o termo.

Questionadas nesta tarde pela reportagem, ambas as empresas informaram que mantém o posicionamento de não assinar o acordo.

Bruno Ribeiro e Cláudio da Luz, O Estado de S. Paulo

23 de julho de 2019 | 16h34

Atualizado 23 de julho de 2019 | 17h19

Motoqueiros

Motoqueiros bloqueiam trânsito da pista local da Marginal do Tietê em protesto contra fim de pagamento de bônus por entrega Foto: Cláudio da Luz/Estadão

SÃO PAULO – Um protesto feito por motociclistas que trabalham para aplicativos de entrega provoca lentidão na Marginal do Tietê na tarde desta terça-feira, 23. O grupo se manifesta contra o fim de pagamentos de bônus por entrega por parte das empresas. A prática, entretanto, já era ilegal desde 2011.

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Embora apontada por especialistas e até por técnicos da Prefeitura como ação que aumenta a insegurança do trânsito e, consequentemente, a morte de motoqueiros, a perda desse bônus é vista por esses trabalhadores como uma perda de renda, o que motivou a manifestação.

O protesto não tem participação do sindicato que representa os motoboys e é acompanhado pela Polícia Militar. Ele teve início às 14 horas no Fórum Regional de Santana, na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, no bairro do Limão, zona norte.

O grupo informou à PM que percorreria a marginal até a Ponte da Freguesia do Ó, na pista sentido Castello Branco. Da ponte, ingressaria na pista oposta da marginal, sentido Ayrton Senna, e seguiria até o cruzamento com a Avenida dos Estados. Ao Estado, manifestantes disseram que pretendiam ir à Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, centro.

A Prefeitura foi questionada, mas não informou se recebeu algum pedido de diálogo vindo destes manifestantes. No texto enviado à reportagem, informou que pretende criar um grupo de trabalho para “para dar continuidade a essas discussões e desenvolver ações com foco em segurança”.

“O trânsito é caótico na cidade de São Paulo. O motoboy existiu. A questão é: o pai de família que não tinha condução porque o ônibus é uma porcaria, e o metrô também, comprou uma moto para ir e voltar do trampo. Esses caras não são acostumados com o trânsito de São Paulo, que é cruel. Esses caras que se acidentaram para caramba”, disse um dos manifestantes, Leandro Vieira Barbosa. “Culparam a gente (pelos acidentes), que sempre existiu”, disse.

Os bônus são pagos para quem atinge um determinado número de entregas, mas a prática é vedada pela lei federal 12.436, de 2011. Diferentemente do que expressa Barbosa, o entendimento dos técnicos é, ao estimular mais viagens, os bônus na verdade estimulam a direção perigosa: o entregador sai correndo pelas ruas, desrespeitando regras de segurança, e cometendo acidentes.

O Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo (SindomotoSP) já havia se posicionado contra a cobrança, além de uma série de outras ações adotadas pelos aplicativos que, no entendimento da entidade, violam regras de trabalho. Na semana passada, a entidade anunciou que ingressaria ação contra as empresas de entrega na Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Ministério Público do Trabalho de São Paulo já tem ações propostas à Justiça contra elas.

A gestão Bruno Covas (PSDB), da capital, tentou acordo com as empresa de entrega para fazerem elas cumprirem a lei e parar de pagar o bônus. Entretanto, duas delas, Uber Eats e Rappi se negaram a assinar o termo.

Questionadas nesta tarde pela reportagem, ambas as empresas informaram que mantém o posicionamento de não assinar o acordo.

Diferentemente dessas duas empresas, iFood e Loggi, outras empresas do ramo, se comprometeram a adotar as regras. A expectativa da Prefeitura é que os termos protejam esses cidadãos de ficarem expostos à morte enquanto entregam pizzas e sanduíches.

Até o mês de junho, 141 pessoas morreram em acidentes de trânsito com motocicleta na cidade de São Paulo. Do total de casos, 59 mortes (42%) ocorreram nos sábados e domingos e 70 (50%) foram registrados à noite (após as 18h) ou de madrugada (até as 6h), ou seja, fora dos horários de expediente. O total já é menor do que as 167 mortes registradas na cidade entre janeiro e junho de 2018. Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito de São Paulo (Infosiga).

No ano de 2018, houve aumento de 18% nas mortes de motociclistas em relação a 2017 (de 305 para 361 casos).

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